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diário :: Maio 2002
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1 de Maio, quarta
62,5kg; 1032kcal

Estou a tentar fazer a mistura final das músicas e não paro de pensar em como a minha atitude em relação a isso é tão diferente da atitude que tenho em relação a tudo o resto.

Sempre fui altamente defensiva em relação a críticas e sempre fui alvo de críticas - a minha primeira tentativa de fazer uma banda desenhada quando era miúda, que tinha como objectivo experimentar uns personagens que tinha inventado inspirando-me numa falha de tinta na parede, foi altamente criticada pelos meus pais porque a história - que para mim tinha pouca importânci nessa altura porque estava a tentar desenvolver o desenho - não era nada original e era demasiado parecida com os Estrumfes. Mais tarde, as críticas constantes do meu pai em relação ao desenho levaram-me a deixar de desenhar. É o que dá viver com uma pessoa que tem sempre aquela atitude de 'eu é que sei'. Aliás, lembra-me um personagem do Fast Show :)
A minha forma de vestir, admitidamente pouco usual, era constantemente criticada tanto dentro como fora de casa, tendo chegado a ser vítima de perseguição na escola por não me conformar com a moda em rigor. No fundo acho que tinha uma certa inclinação para o design de moda, mas quando chegou a altura, o único curso era no IADE, e para o meu paizinho isso estava fora de questão. E não era só pelo dinheiro porque acabei por ir antes fazer outro curso de um ano em que se pagava o mesmo.
Enfim. Ao fim de uns anos eu era uma pessoa extraordinariamente insegura e totalmente desprovida de auto-estima, forçada a conformar-me e escondida por detrás de uma armadura de agressividade e desdém. Atacava primeiro e ouvia depois.

Felizmente que algumas coisas são ultrapassáveis, assim que podemos ser um pouco mais independentes, e hoje em dia já tenho uma atitude muito mais saudável em relação à vida em geral. Mas acabei por tirar um curso que não queria e nunca acredito plenamente naquilo que faço, pelo que continuo a ser extremamente defensiva no que diz respeito a críticas.
Quanto à auto-estima, a partir dos 15 anos passei por toda a espécie de transformações à procura do ideal através da imagem física. Não só porque estava farta de ser a menina feia de óculos mas também porque estava plenamente consciente de que só depois de aprovar a fachada é que as pessoas se dão ao trabalho de avaliar o interior. É triste mas é verdade. Aliás, para provar isso mesmo, posso acrescentar desde já que 90% do mail que recebo a partir do site é de homens, geralmente com comentários sobre o meu aspecto em determinada foto, o que diz muita coisa.
E depois de tantos anos a tentar estar bem comigo mesma sem me submeter a cirurgia, começo a engordar. É cruel, no mínimo. E parece que não posso dizer uma coisa destas sem receber logo carradas de mail sobre como as mulheres acham todas que estão gordas e que fumar não é solução (algumas pessoas têm problemas em identificar sarcasmo), entre outras gemas.

Acho que até estou a ter uma atitude bastante realista. Não estou super gorda. Desde há 4 ou 5 anos, quando parei finalmente de crescer, comecei lentamente a engordar. E se não faço qualquer coisa agora, enquanto ainda vou a tempo, a situação só vai piorar. Quem tiver dúvidas, saia à rua e faça uma média de peso das mulheres acima dos 35 que vir passar. E como ainda nem tenho 30, estou simplesmente a tentar retardar o processo. E qual é o problema de querer ter o aspecto que imagino que tenho até olhar para o espelho?
Não entendo porque é que alguém acha que, sem conhecer minimamente uma pessoa, pode criticar as razões que levam uma pessoa a fazer seja o que for. Uma das coisas que já aprendi é que não vale a pena dar conselhos. As pessoas não ouvem e só fazem aquilo que querem, mesmo que seja mau para elas. É mesmo assim. Mas consegui já fazer muito mais com a minha atitude pessimista de 'já sei que nunca vou conseguir fazer isto mas vou tentar enquanto puder ou me divertir' do que muita gente com a atitude de 'está tudo bem'. Aliás as pessoas que conheço estilo está tudo bem não concretizam coisa nenhuma. Porque se está tudo bem, para quê esforçar-se mais?
A insistência conta para muito e acabo sempre por cumprir os meus objectivos. Mas é natural que tenha uns momentos depressivos pelo meio. Felizmente a minha personalidade não permite que durem muito tempo.

Mas, por qualquer razão, quando alguém critíca as músicas, eu oiço, se acho que têm razão faço alterações, e se é alguma coisa tipo 'isso não vale nada' não me afecta minimamente. Não sei porquê. Isto para mim é semelhante a descobrir um tesouro enterrado. Se conseguisse reagir sempre assim, estava tudo bem. No fundo, só nos podem fazer sentir mal se deixarmos.

I guess I've always been a bit of a masochist
I do it all the hard way
I'll pick a fight just to feel the pain

À noite vi o filme 'To catch a thief' do Hitchcock.
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2 de Maio, quinta
62kg; 935kcal

O trabalho não foi muito interessante hoje, pelo que não vos vou aborrecer com isso.
Estou num constante estado de agitação até poder acabar as músicas. O Pedro não me deixa - está sempre a encontrar qualquer coisa para melhorar. E eu, que costumo ser a perfeccionista de serviço já estou numa de 'não faz mal! Eu quero é ver isto feito!'. mas acalmo-me e faço as alterações :)
O problema é que se passa tempo suficiente já quero voltar a gravar tudo outra vez e nunca mais acaba. E aquilo que me dá mais gozo é o princípio do processo e não o fim. Quando tenho uma música nova que gosto e dou por mim a cantar mentalmente no duche, isso é que tem piada. Depois de mastigar muito a mesma coisa já não tem interesse.
Não quer dizer que deixe de gostar, mas gostava de deixar as músicas em paz um mês ou dois e depois voltar a ouvir.
Vou tentar acabar isto no fim de semana.

Acordei com uma dor horrível no pescoço e não consigo inclinar a cabeça para trás sem dor. Já acho que não é possível passar um dia em que está tudo bem...

Como vou finalmente a NYC no fim do mês, andei a contactar velhos conhecidos para combinar encontrarmo-nos lá. Em princípio vou jantar com a Elisa e o marido no domingo, ou seja no dia a seguir à chegada. Deve ser giro vê-la de novo depois destes anos todos.
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3 de Maio, sexta
62kg; 844kcal

Passei grande parte do dia de volta de um site em que já não mexia desde Dezembro mas que precisava de algumas correcções.

Ao fim da tarde saí com o Pedro e fomos dar uma volta.

Quando voltámos para casa ainda estivemos a conversar um bocado, e depois atirei-me novamente às músicas.
Consegui terminar aquilo que pretendia mas ao fim de umas horas os ouvidos já estão saturados, por isso só amanhã é que vou conseguir saber se fica assim ou se precisa de mais afinações.

Agora acho que vou ler mais um bocadinho do Stardust do Neil Gaiman para a caminha.
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4 de Maio, sábado
62kg; 1341kcal

Tive um dia muito pouco produtivo. Estava com dor de costas e não aguentei estar ao computador.
Fui antes para a sala esticar-me na chaise longue e ver DVDs. Revi a série Wives and Daughters e vi o filme Amelie. É giro mas não achei a obra prima que toda a gente anda a por aí a dizer. É uma simples historiazinha romântica com um ou dois pormenores mais estranhos à mistura.
Mas pelo menos não me meteu o nojo do Delicatessen.

Em relação a cinema europeu tenho a mesma atitude que em relação a noticiários: sei que pessoas desfeitas em acidentes, etc fazem parte da nossa realidade, mas tenho o direito de escolher não ver. A história do 'realismo no cinema europeu é a mesma coisa para mim. Parece que a ideia de realismo de algumas é mostrar o lado pior do ser humano, a pobreza (financeira e de espírito), a loucura, etc. Mas como eu já sou bastante cínica por natureza, aquilo que preciso de ouvir é que as pessoas ainda têm alguma hipótese de se redimir para eu achar que continua a valer a pena andar por cá.
Cada um com as suas manias.

Mas como não tive as mãozinhas ocupadas com o teclado e o rato, acabei por comer mais hoje.... Idle hands...
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5 de Maio, domingo
61kg; cerca de 1200kcal

Resolvi ver finalmente o filme 'Cube' que o meu irmão nos tinha emprestado há imenso tempo. É giro mas o fim é bastante decepcionante e nem faz muito sentido.

Comecei uma música nova. Ocupou-me grande parte da tarde.

À noite fomos jantar a casa dos pais do Pedro, pelo que a minha contagem de calorias de hoje é um bocado por estimativa...

Já perdi quase dois quilos e não se nota a diferença. É um bocado frustrante.
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7 de Maio, terça
O dia correu normalmente, sem grande interesse. Estive a de volta da paginação de um documento da empresa.

Às seis apareceu o meu irmão com o seu novo brinquedo - uma metralhadora airsoft e esteve no hall com o Pedro a fazer tiro ao alvo a uma foto do Paulo Portas. Muito educativo.

Depois foram para o Kung Fu e eu tive algum tempo para pegar na música nova. Mas nos três minutos que decidi finalmente experimentar gravar a voz, a gata desatou a miar - o que ficou gravado e até tem alguma piada - o telefone tocou e fiquei algum tempo a tentar ignorar o barulho que vinha do gravador de mensagens, enfim. O mundo estava a conspirar contra mim e não havia nada a fazer.

Fui antes ver um bocadinho do Snatch. Mas quando comecei a tentar mexer nos menus, aquilo começou a encravar. É o que dá comprar DVDs portugueses. São a maior porcaria à face da terra. Mas como eu não tenho cartão de crédito e queria oferecer aquele filme ao Pedro, acabei por ter mesmo que comprar cá. Estupidez. Não só não tem os dois discos como não consigo sequer aceder aos extras. Fica a imagem congelada e tenho que desligar e voltar a ligar. Na verdade, a culpa também é um bocado do DVD Thompson que é um mariquinhas. Não gosta de DVDs double layer. Assim que tiver algum dinheiro a mais vou comprar um daqueles super baratuchos sem nenhuma marca conhecida mas que leêm tudo e mais alguma coisa sem problemas. Mas a verdade é que nunca tive problemas com os DVDs que vêm de Inglaterra, por isso não é só do leitor.
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8 de Maio, quarta
Foi um dia ocupado. Decidi finalmente que era hoje que ia imprimir a capa do CD e por isso saí um pouco mais cedo e fui à loja de fotocópias.

O CD propriamente dito (ou melhor, a impressão em papel autocolante pré-cortado para cds) precisava de um ajustezinho porque não estava bem alinhado, mas imprimi a capa e contra-capa - ou pelo menos foi o que pensei até chegar a casa, altura em que reparei que em vez de dez cópias de cada, tinha 20 cópias da capa.

Fiz a alteração ao ficheiro do CD, voltei a gravar para zip e regressei à loja. Desta vez ficou OK, apesar de demorar meia hora a enviar a info do computador para a impressora porque o ficheiro tinha 33 mega, mas enfim. Por outro lado, a contra capa não ficou bem, não sem antes ter impresso 8 cópias porque a máquina continuava a imprimir mesmo depois de se ter cancelado. Deixei as cópias do cd a fazer e tive que voltar a casa novamente para alterar a contra-capa.
Entretanto eram quase 7 da tarde e fui a correr pela rua fora para ver se chegava à loja antes que fechasse. Cheguei, quase a morrer, dei-lhes a zip e... não funcionou. Não sei porquê, uma vez que não está estragada. Acho que foi só para me irritar.
Ou seja, tenho capas e autocolantes para cd mas não tenho contra-capas.

Entretanto subi e desci a rua 3 vezes (cada), mais os 3 andares de escadas do prédio 4 vezes (porque já tinha saido uma vez mas voltei atrás para ir buscar as folhas autocolantes) entre as cinco e as sete da tarde, com apenas uma torrada do pequeno almoço no estômago (porque também me esqueci de almoçar).

Já estava com algumas tonturas quando cheguei a casa... Comi umas uvas e saí com o Pedro, primeiro a casa dos meus sogros e depois ao supermercado para comprar CD-R e mais umas coisinhas. O Pedro entusiamou-se um bocado com as compras e acabámos por gastar uma carrada de massa. Principalmente porque comprámos uma balança toda croma. Porque não vale a pena estar a fazer dieta se o máximo que a balança me diz é que peso mais ou menos 61 kg. Perder umas gramas já é um grande triunfo e eu quero saber quantas. Enfim. Cromices.

No meio disto, são onze e meia da noite e ainda não almocei. Bom, acho que agora também já não vale a pena.
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9 de Maio, quinta
Levantei-me cedo e às nove já estava na loja de fotocópias para fazer as cópias que faltavam. Ficou pronto mas saiu caro.

Depois fomos para Setúbal onde a Patrícia me passou algum do seu trabalho 'não especializado' porque estava ocupada com orçamentos e assim sempre se avançava mais qualquer coisa.
Entretanto o cliente para quem eu tenho estado a trabalhar, nunca mais disse nada, apesar dos insistentes emails e de os templates estarem prontos.

E a frustração maior foi que esteve ontem a gravar as músicas para trazer e faltou uma, pelo que ainda não é hoje que gravo os CDs.
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10 de Maio, sexta
Gravei finalmente os CDs.

Fiz mais uns botões para o site em que a Patrícia está a trabalhar, estive novamente de volta de um documento da Nitro e isto tudo com uma dor horrível nos ombros - a minha almofada anda a tentar matar-me.

Quando cheguei a casa ainda estive a fazer uns títulos para um site da D&B e só depois é que pude ouvir os CDs para ter a certeza que estava tudo ok e colocar as capas. Demoreou umas horinhas, debruçada sobre a mesa, o que não ajudou a dor e inchaço nos ombros.
O que vale é que tenho um marido muito simpático e com curso de massagem :)
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11 de Maio, sábado
Vim jogar Sims logo de manhã.

À hora de almoço apareceu o meu irmão e fomos almoçar ao chinês. Depois joguei mais um bocado enquanto eles davam tiros no corredor. Aquilo ainda faz um bocado de barulho...

Quase às cinco foram ver um armazém e quando voltaram o meu irmão foi para casa (levando uma cópia do CD) e eu e o Pedro fomos ao aniversário da Inês (prima do Pedro) que fez 20 anos.
Senti-me extraordinariamente enjoada na viagem, o que me acontece quando tenho o estômago vazio. Basicamente com esta dieta não tenho fome mas não consigo andar de carro.
Ficámos lá pouco tempo, talvez uma hora.
Antes de voltar para casa, passámos em casa dos meus sogros e aproveitei para lhes dar uma cópia do CD. Começou oficialmente a distribuição.

Nota à Marciana: Não me esqueci de ti! Já tenho aqui o teu para enviar assim que tiver um bocadinho livre :)
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12 de Maio, domingo
Levantei-me já depois das onze e fui parta a sala ler. Estava muito mole. Foi mesmo um daqueles dias em que não me apetecia fazer nada mas acabei por ganhar coragem para estender roupa.

Às duas saí com o Pedro e fomos para Lisboa. Levámos a memória do computador dele para experimentar no comp. do meu irmão.

Devido ao hábito, ao sairmos do barco, em vez de apanahrmos um táxi fomos para o Metro. Só quando já estávamos na plataforma é que demos por isso.
Fomos de metro até ao Rossio e aí apanhámos um táxi.

Afinal a memória estava boa, o que quer dizer que só há duas hipóteses: ou é a motherboard que está estragada ou o processador. E podiamos ter testado o processador antes de sair de casa porque o meu funciona na motherboard dele. O que quer dizer que tivemos que voltar para casa sem resolver o problema.

Mas antes fomos aos Armazéns do Chiado comer e dar umas voltas. Eu queria comprar uma prenda para levar à Elisa quando formos a NY e acabei por lhe comprar um lenço azul da Ana Sousa. Nada de especial, mas enfim. É sempre muito complicado fazer compras para pessoas que não se conhece muito bem.

Depois demos uma volta na Fnac mas era a tristeza do costume. Ainda andei à procura do American Gods do Neil Gaiman mas sem sorte nenhuma.

Entretanto o meu sogro mandou uma mensagem ao Pedro a dizer que tinha gostado do disco.

Voltámos para casa e, depois de uma série de testes, chegou-se à conclusão que é mesmo a motherboard que não funciona.
O Pedro vai amanhã a Lisboa buscar uma nova.

Eu fui jogar Sims durante um bocado e depois fomos jantar.
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15 de Maio, quarta
Ficámos em casa para tratar de uma série de burocracias.
Como tinha que ir ao correio enviar uns documentos da Nitro, aproveitei para enviar também umas cópias do CD - Rita, a tua cópia vai finalmente a caminho.

O pouco trabalho que tive foi um bocado repetitivo e não muito interessante.
Joguei um bocadinho de Sims ao fim da tarde mas não estava com muita paciência e parei depressa.
Fui antes arrumar a cozinha e entretanto apareceu a minha mãe. Ainda estivemos a conversar um bocado e dei-lhe também uma cópia do CD. Ficou espantada por ter capa e tudo. Não percebo porquê - eu já fazia capas para CDs quando ainda estava no secundário. Falta de atenção.

Depois estive a dobrar roupa e a organizar mais umas coisas para levar para NY.

Na verdade já percebi que não tenho medo nenhum do vôo mas estou ligeiramente preocupada com o aeroporto de lá, principalmente porque queria levar as botas Dr. Martens mas sei que não passam nos detectores de metal por causa da ponta metálica. E como andam todos um bocado nervosos nos aeroportos não sei se quero arriscar.
No fundo tenho mais medo dos americanos do que dos terroristas.
Ou seja, acho que vou de ténis...
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18 de Maio, sábado
O Pedro e o meu irmão foram a Setúbal, o que acabou por ser uma autêntica perda de tempo, mas enfim. Eu fiquei na caminha a ler o 'The Veiled One' da Ruth Rendell.

Fomos almoçar ao chinês e à tarde fomos ver casas com o meu irmão. Vimos 4 e ele decidiu-se pela terceira assim que a viu. Acho que fez uma escolha acertada. Tem um quarto e uma sala grandes e está muito arranjadinha. É talvez um bocadinho cara para uma casa de 3 assoalhadas, mas hoje em dia é mesmo assim. Está tudo super inflaccionado. Até as áreas das casa - o tipo da imobiliária insistia que os apartamentos que fomos ver, com salas que nunca podiam ser maiores que 10 m2 tinham 12 ou 13, sendo que as mais pequenas, mais ou menos do tamanhoa da nossa de 7m2, para ele tinham 10. O que é uma chatice porque uma pessoa vai ver as casas baseado nas áreas que estão no anúncio e depois não é nada daquilo.

À noite fomos jantar com os meus sogros e acabámos por ficar lá até cerca da uma da manhã, a jogar um jogo um bocado seca.
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19 de Maio, domingo
Fui ver o Star Wars Episode II. Gostei bastante. Acho que o actor que faz de Anakin não é grande coisa mas de resto gostei. Já pega nos pormenores todos que conhecemos dos outros filmes e o Ewan McGregor está o Obi Wan perfeito. Melhor que o anterior, in my opinion, que era demasiado focado no Darth Maul e tinha o chato do Jar Jar.

Depois fui dar uma volta na Fnac e às cinco fui para a Haagen Dazs ter com a Carla. Lanchámos e conversámos um bocado e por volta das setee meia voltei para casa. O Pedro foi-me buscar ao barco e passámos por casa dos meus sogros para ir buscar uma receita e por casa dos meus pais para ir buscar uma mala.

Voltámos para casa e eu estive a organizar as coisas para viagem enquanto o Pedro tratava da comida. Por volta das dez, jantámos e vimos um episódio do Farscape.

Estive a ver o mail e tenho uma encomenda do CD do Brasil. Não sei muito bem como é que vou fazer isso...

Depois fui para a cama pintar as unhas e ver a Ally Mcbeal. Não tenho tido muito tempo para essas pequenas coisas...
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20 de Maio, segunda
Ficámos em casa para podermos tratar de algumas coisas da viagem.
Estive a organizar a contabilidade e ainda tive algum trabalho de html para a D&B, mas nada de complicado.
Às seis fomos às compras, principalmente de comida de gato e qualquer coisa para o pequeno almoço dos próximos dias porque já não havia nada. E com a dieta que estou a fazer, se não como de manhã, passo o dia todo com tonturas e a sentir-me extremamente enjoada.
Depois o Pedro foi arrumar a mala dele. Já está quase tudo pronto. E ainda faltam 5 dias :)

Começámos a ver o filme do Harry Potter durante o jantar. Não é muito mau mas é demasiado para miúdos. E os efeitos especiais são um bocado reles, se considerarmos aquilo que já se faz hoje em dia. Acho que nesse aspecto vai ficar datado muito rapidamente.
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23 de Maio, quinta
60,8Kg

Hoje fomos para o escritório porque havia reunião. Também deu jeito porque tinha umas coisas para fazer para a Serranofil nas quais precisava da ajuda do Nelson.
Basicamente parece que assim que ameaçamos finalmente tirar uns diazinhos de férias, especialmente considerando que não tem havido muito trabalho, aparecem logo uma série de coisas. O universo tem sentido de humor, não há dúvida.
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24 de Maio, sexta
Vou para NY amanhã. Está quase tudo arrumado, mas há sempre montes de coisas para fazer.
Ainda por cima queria deixar o trabalho todo pronto mas como é sexta feira, os clientes não respondem ao mail. É mesmo assim. Às vezes parece que só nós é que ainda trabalhamos às sextas feiras.
O meu irmão veio a Almada tratar de uns papéis da compra da casa e foi almoçar connosco. Queria provar a lasagna de bacalhau mas não havia. O La Traviata está contra a minha dieta :)
Mas já perdi algum peso, ao fim de um mês de dieta peso agora 60,8 Kg em vez dos 63 do costume. Só que aquilo que eu queria perder era a barriga e o que está a desaparecer claramente é o meu rabo que não me incomodava minimamente, até porque nunca foi tão grande como o da Jennifer Lopez :)
Nunca se consegue exactamente aquilo que se quer!

E nas notícias andam outra vez com conversas de possíveis ataques terroristas em NY o que está a causar algum desconforto nos meus companheiros de viagem. Pessoalmente acho que o pior que pode acontecer são coisas semelhantes a Londres em alguém se esquece da mala e, como aumentaram a segurança, fecham uma determinada zona até terem a certeza que não é uma bomba.

O Pedro está à espera de duas encomendas que vão chegar por correio mesmo quando não estamos cá. Encomendou as coisas há imenso tempo mas houve montes de atrasos só para coincidir com esta semana. E como os correios agora só guardam as encomendas 3 dias em vez dos 6 que costumavam ser, estamos lixados.

Às cinco horas resolvi ir cortar o cabelo. Já estava farta do disforme cabelo comprido.
Portanto passei disto para isto. E aqui está mais uma, tudo graças à máquina digital :)

E pronto, esta deve ser a última entrada do diário até ao regresso. Por isso, se estiverem com ideias de ir bombandear alguma coisa em NYC, esperem uma semaninha que só vos fica bem.
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25 de Maio, sábado, viagem Lisboa/NYC
60,4Kg

Acabámos de arrumar as malas e ainda andámos para aqui às voltas à espera da hora. É sempre a pior parte - esperar que sejam horas.
O meu pai veio-nos buscar e levou-nos ao aeroporto.

Abriram a minha mala e a da tia do Pedro, antes de irem para o porão. Depois ficámos mais de uma hora na fila para sermos revistados, tivemos que tirar os sapatos que passaram no raio-x e ainda me abriram as malas de mão.

Esperámos mais meia hora até finalemente entrarmos no avião, que saiu com uma hora de atraso.
O voo demorou 7 horas e 15 minutos e foi uma seca. Deram o filme 'My Life as a House' com o Kevin Kline e o novo Anakin. É um bocado lamechas mas vê-se.

Chegámos a NYC às 8 da noite. O transfer que era suposto ir-nos buscar ao aeroporto não estava lá. Depois de várias tentativas de telefonar acabámos por apanhar dois taxis. Tive azar. O nosso taxista, que era indiano ou paquistanês, e que falava inglês pior que eu, achou que tinha piada fazer corridas e foi a abrir o caminho todo, a mudar de faixa a torto e a direito e a fazer curvas de 90º em que escorregávamos no banco. Eu que tenho uma grande tendência para enjoar, fiquei logo verde. Ainda consegui aguentar bastante, mantendo-me direitinha e a olhar em frente, mas quando estrámos no túnel, sem pontos de referência fixos, acabei mesmo por vomitar, para cima do casaco do Pedro. E vomitei o jantar do avião que tinha comido 7 horas antes.

No meio disto tudo, ninguém se lembrou de dizer ao tipo para desacelerar e eu acabei por ainda me sentir mal por lhe vomitar no carro. No final o sacana faz um grande sorriso e diz que conseguimos chegar primeiro. Fiquei com uma certa vontade de lhe partir a cara mas em vez disso paguei-lhe e saí do carro.

Ficámos no Milford Plaza Hotel, na esquina da w45th com a 8th Ave. Quando conseguimos ir finalmente para o quarto, no 23º andar, estive a recuperar e passada meia hora já me sentia mais normal.

Fomos dar uma volta a Times Square e jantar.
Times Square à noite é inacreditável quando se vê pela primeira vez. É impossível não passar o tempo todo o olhar para cima.

Jantámos no Sbarro, uma cadeia de fast food. Eu pedi só uma salada mas nem isso consegui comer.
A caminho do hotel fomos pela W45th e tivemos o nosso primeiro 'star spotting' - vimos a Mercedes Ruehl a sair do teatro depois da performance da noite - a peça 'The Goat'-, com um chapéu a tapar grande parte da cara, de forma que tinha que levantar a cabeça para falar com as pessoas, e entrou num carro com vidros escuros. E nós fomos dormir.

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26 de Maio, domingo, NYC
Acordámos às 6 da manhã. Tomámos o pequeno almoço num café/Irish Pub em frente ao hotel (toasted rolls para toda a gente, scrambled egg on a roll para mim e café com leite) eàs 8 estávamos prontos para arrancar.

Aquilo que se nota logo é o cheiro da cidade. Apesar de parecer superficialmente limpa, cheira constantemente a esgoto e lixo. Especialmente se tivermos o azar de levar com um daqueles típicos bafos de vapor que se desprendem das grelhas do chão.

Subimos a 5th Avenue onde as lojas estavam ainda todas fechadas e fomos até ao Central Park onde passámos o dia.
É fantástico como é possível ter um parque daquele tamanho no meio de uma cidade e mesmo com a altura estupidificante dos prédios, de vez em quando deixa de se ver. Fiquei fascinada com os esquilos. E com o facto de aquilo ser gigantesco e no entanto estar tudo limpo. Subimos quase metade do parque a pé.
Outro pormenor interessante é que nunca na minha vida vi pombos tão gordos. E aquilo está cheio de avisos para as pessoas não alimentarem os bichos, só que os restos de comida que devem ficar espalhados por ali são suficientes para criar pombos obesos.

Chegámos ao Met onde comemos e demos uma volta pela parte do egipto. Ficou toda a gente exausta e foram dar uma voltinha na gift shop. Eu achei que era um desperdício pagar $10 e não ver mais nada, por isso andei quase a correr, de sala em sala, a tentar ver o mais que pude. Passei numa exposição de arte chinesa do séc. 15 aC e vagueei pela parte de arte grega, medieval, Polinésia e Papua Nova Guiné. Ainda queria ir ver a colecção de instrumentos musicais mas era no piso de cima e já não deu tempo.

Quando regressei, estavam todos à espera lá fora, sentados nas escadas.
Voltámos a descer tudo a pé, primeiro até à FAO, onde comprei um lollypop gigante, e depois, quase a correr até ao hotel porque tinhamos hora marcada com a Elisa para jantar.

Fomos tomar duche e mudar de roupa e descemos. A Elisa chegou pouco depois, com o marido, Jonathan.
Conversámos um bocadinho, trocámos prendas e finalmente fomos jantar.
Eu estava com muito pouca vontade de entrar novamente num taxi, mas felizmente o restaurante era mesmo ali e fomos a pé.
Era um restaurante de barbecue. Comi uma espetada de camarões.

Eles ainda perguntaram se queriamos ir ao Empire State Building para ver a cidade de noite mas nós estavamos exaustos e eu até já estava a ficar um bocado tonta. Regressámos ao hotel, despedimo-nos e fomos dormir.
Já não via a Elisa há anos, mas sempre foi muito simpática e o marido também pareceu simpático. Ofereceram-nos um livro com fotos de Washington e convidaram-nos a ficar na casa deles se algum dia resolvermos visitar aquela cidade.

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27 de Maio, segunda, NYC
Ao segundo dia já custou mais levantar cedo. Fomos tomar o pequeno almoço às nove e passada meia hora já estavamos a andar.
Esta segunda feira foi o Memorial Day, e por isso foi feriado e as lojas estavam todas em saldo. Foi também o primeiro dia da 'Summer Season'.

Apanhámos o metro para Grand Central Station que é enorme, subimos parte da Park Avenue onde um polícia muito bem disposto se meteu connosco e nos informou que estávamos a subir a rua errada uma vez que na paralela estava uma feira de rua. Fomos então para a Lexington Avenue misturar-nos com a multidão até chegarmos ao Bloomingdale's. Não comprei nada mas andámos a passear pelos vários pisos na meia hora reservada para o efeito. O andar de mobiliário é sensacional, com áreas tipo museu com ambientes criados por vários decoradores. Lembrei-me de um episódio do mad about que se passa neste andar quando o Paul e a Jamie resolvem comprar um sofá e acabam por escolher um 'love seat'.

Fomos ainda à loja da Levi's do outro lado da rua porque as 501, apesar de não serem exctamente a metade do preço (pelo menos nas lojas da Levi's porque há retail stores que as vendem a $15), são, mesmo assim uns €25 mais baratas.

Depois virámos em direcção ao East River e atravessámos a Queensboro Bridge no teleférico até à Roosevelt Island.
Terminada a volta do dia, voltámos ao hotel para largar os sacos e descansar um bocado. Mas não conseguimos ficar lá muito tempo e acabámos por ir dar umas voltas nas gift shops e na Virgin, onde comprámos montes de CDs de Stand-up e um livro do Neil Gaiman. Mas não tinham o American Gods.

Na gift shop, cujos donos eram novamente indianos, ou muçulmanos, uma coisa dessas, não achei muita piada ao facto de se terem começado a rir quando saímos da loja. Ainda me questionei sobre se nos teriam aldrabado de alguma forma, uma vez que não ficámos com o talão das compras, mas quando chegámos ao hotel fizemos as contas e batia tudo mais ou menos certo. Fomos roubados à mesma, porque aquilo é tudo coisas tipo loja dos 300, made in china, só que custa tudo $10 a $20. Mas pelo menos temos consciência de que estamos a ser roubados.
Portanto, por qualquer razão acharam que nós tinhamos piada. Enfim.

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28 de Maio, terça, NYC
Apanhámos o metro para Whitehall St. e andámos ao longo do East River pela Water Street. Aquela é uma das zonas mais antigas da cidade. Passámos na praça de homenagem aos soldados do Vietnam que tem placas com os nomes de todos os mortos e desaparecidos e uma parede com excertos de cartas dos mesmos para a família. É realmente impressionante a quantidade de rapazes com 19 anos que estão naquela lista. As fontes, tal como no resto da cidade, estavam desligadas devido à seca (havia avisos para poupar àgua em toda a cidade).

Continuàmos a subir até ao Pier 17 onde fomos buscar bilhetes para ver o 'ground zero' onde costumavam estar as twin towers. Entrámos no centro comercial do Pier 17 para telefonar e ir à casa de banho onde tive o meu segundo 'star spotting' - ali mesmo, na casa de banho do Pier 17 estava a actriz Meera Syal, mais conhecida pelo seu trabalho na série da BBC 'Goodness Gracious Me'. Achei piada.

Seguimos então até ao 'site' das Twin Towers onde se sobe por uma plataforma de madeira e se olha para o gigantesco buraco e não se vê nada. Mas mesmo assim está toda a gente ao molho com uma curiosidade algo mórbida, na minha opinião.
Fomos almoçar ali perto, numa Deli e depois andámos até meio da Brooklyn Bridge. Tirámos umas fotos e voltámos para trás. Entretanto eram 3 da tarde e o passeio estava terminado excepto por uma coisa: subir a Broadway. Ora bem, a Broadway é uma ruazita que atravessa a ilha de Manhattan de uma ponta à outra. Nós estávamos na Warren St. e tinhamos que andar até à W45th, o que eram à volta de 60 quarteirões. Nós aguentámos até à 23rd e depois tivemos que nos meter no metro.

Não sem antes termos passado pela Barnes & Noble, na E 17th St., no lado norte de Union Square. Era pequenina. Só tinha uns 8 andares. Eram 16.30h. Consegui finalmente comprar o American Gods e uma carrada de comics.
À noite fomos a mais uma gift shop ao lado do estúdio da CBS. O empregado/dono da loja, que era da mesma nacionalidade dos anteriores, fez alguns comentários e olhares algo indecentes à tia e à irmão do Pedro, o que não ajudou à nossa boa opinião dos donos destas lojas...

Fomos jantar do outro lado da rua no Thank God is Friday. A comida estava boa mas era um bocado picante, coisa que não vinha referida no menu. A luz suave estava a dar-me um sono inacreditável e acabámos por pagar $20 por pessoa, o que não é nada barato para o tipo de refeição que foi. Mas as quantidades eram gigantescas como sempre.

E entretanto em Almada, o meu pai faz anos hoje.

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29 de Maio, quarta, NYC
De manhã apanhámos o metro para Wall Street. Andámos até à Trinity Church e depois descemos até Battery Park onde apanhámos o Ferry para a Statue of Liberty. Tivemos que passar novamente por um detector de metais e a mala pelo raio-x antes de entrar no barco.

À tarde subimos ao Empire State Building Observatory para ver a cidade de cima. De manhã tinha estado algum nevoeiro mas entretanto já estava sol e via-se tudo bem.

O resto da família foi ao Macy's mas como não nos apetecia ir outra vez enfiar-nos numa loja gigantesca onde não temos dinheiro para comprar nada, subimos a Broadway mais um bocadinho - desde a 34th até Times Square onde comprámos bilhetes para uma peça de teatro. O Ticket Center em Times Square só vende bilhetes para o próprio dia mas vale a pena porque são metade do preço. E como o preço normal dos bilhetes na Broadway começa nos $50, vale mesmo a pena ir ali.

Fomos ao hotel descansar um bocado e depois saímos para o Pedro ir jantar. Eu por esta altura já tinha desistido de jantar de todo. Fomos ao Sbarro e o Pedro escolheu lasagna, mas parece que não era grande coisa. Eu experimentei ir à casa de banho mas estava um nojo tão grande que desisti.Sbarro.

Às sete e meia fomos até ao Richard Rodgers Theatre ver a peça Private Lives com o Alan Rickman, Lindsay Duncan, Emma Fielding e Adam Godley (o único que eu não conhecia). Os lugares eram excelentes e a peça foi muito divertida. Tinha apenas 5 actores e durou duas horas e meia. Vive principalmente dos diálogos e adorei a cena em que desatam a destruir o cenário.
No final eu quis tirar uma foto em frente ao teatro mas resolvi esperar um bocadinho que as pessoas se começassem a ir embora. Entretanto reparei que estavam algumas senhoras de volta da backstage door (que aqui está devidamente assinalada) e fiquei por ali.

Passada meia hora começam a sair os actores e convidados. Reconheci a Philida Law (actriz e mãe da Emma Thompson) a que ninguém ligou e que foi calmamente a andar pela rua abaixo.
Passado mais um bocadinho saiu o Alan Rickman que foi muito simpático e paciente. Falou com toda a gente, deu autógrafos e pousou para fotos. Quando já só estava eu, o Pedro e mais uma senhora, retiraram as separações metálicas, ele entregou o saco ao motorista e foi também pela rua fora, em vez de entrar para o carro, supostamente encontrar-se com as outras pessoas todas que já tinham saído antes. Comparado com a histeria e segurança dos concertos, isto foi extraordinariamente descontraido e civilizado. Achei piada e diverti-me imenso.
Tenho portanto um autógrafo do Alan Rickman no programa da peça (e teria também o da Lindsay Duncan mas ela e os restantes actores não deviam estar à espera que alguém estivesse interessado - ou não estavam com paciência - e foram-se simplesmente embora).
E vamos lá ver como é que ficaram as fotos. Se for como de costume, este é o rolo que se estraga por qualquer razão.

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30 de Maio, quinta, NYC
Depois de um dia de andar de metro e ver os monumentos mais famosos, voltámos à técnica de andar até morrer. Fomos de metro até Washington Square Park. O Washington Arch, uma espécie de arco do triunfo, estava pintado até meio e cercado por uma rede de arame porque estava sempre coberto de grafitti. Aqui eles pintam tudo - cimento, pedra, metal, azulejo. Seja o que for. É a forma mais rápida de limpar a cidade.
No parque estavam já uns espécimes mais estranhos da fauna local. E o parque está fechado durante a noite, o que me parece querer dizer que não é das zonas mais seguras da cidade.
Tem piada porque há umas decadas atrás, aquela era uma das zonas finas da cidade, onde, aliás, é passado o livro 'Washington Square' de Henry James.

Começámos em Greenwich Village, que quase poderia ser um bairro Londrino. O Pedro descobriu uma loja de guitarras de onde esteve quase quase a trazer uma fender, mas acabou por mudar de ideias.
Descemos o resto da Bleecker Street até à Broadway e daí até Prince Street e entrámos em Soho. Mas parece que aquilo já não é o que era. Os prédios estão todos pintados de novo e é só lojas caras.

Descemos até Canal Street e demos uma volta por Chinatown onde almoçámos. Sentaram-nos numa mesa onde já estava outro tipo a comer e riram-se de nós por termos apontado os números dos pratos como se faz nos restaurantes chineses de cá. Como em todo o lado, perguntaram-nos de onde eramos mas nao faziam ideia onde ficava Portugal.
Depois e chinatown, atravessámos a rua e demos uma voltinha em Little Italy que também já perdeu grande parte da identidade uma vez que a chinatown já entrou por ali fora e os italianos se mudaram para outro sítio.

Eu e o Pedro resolvemos ir dar mais uma volta em Soho na vã esperança de encontrar uma loja de guitarras em segunda mão mas não tivemos sorte nenhuma. Ainda voltámos até Greenwich Village mas o Pedro começou a sentir-se mal - passou este tempo todo com uma tendinite na perna - e resolvemos metermo-nos no metro novamente e voltar para o hotel.

À noite fomos ainda ao Toys are Us que tem bonecos de peluche gigantescos e super baratos. Não resisti e comprei uma pantera - mas não muito grande porque tem que caber na mala. Acho que os gatinhos me começam a fazer falta.

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31 de Maio, sexta, NYC
Fomos até Rockefeller Plaza de manhã. Demos uma voltinha e entrámos no Metropolitan Museum Store onde comprámos mais umas prendinhas. Depois passámos na NBC Experience Store mas não nos sentimos tentados, especialmente porque era tudo caro.

A tarde foi passada no American Museum of Natural History que me fez um bocado de confusão porque consistia principalmente em caixas de vidro cheias de animais empalhados. Está bem, pronto - os animais grandes são esculturas cobertas de pele de animais. Mas a zona das aves tive que passar quase a correr e a tentar muito seriamente não olhar à volta. É pior que estar dentro do 'Birds' do Hitchcock.
Mas depois fomos à parte dos dinossauros que tem uma certa piada e ainda passámos pela zona das pedras e meteoritos e fizemos o resto do primeiro piso um bocado a correr.
Terminámos na loja onde tinham umas caixinhas com pedras semi-preciosas que podiamos escolher e levar num saquinho de veludo por $3,50. Trouxe um saco porque as pedrinhas são mesmo muito giras.

Depois descemos novamente a 5th Av. onde o Pedro comprou um saco e duas camisolas na Gap.
Nestes últimos dias esteve um calor insuportável, acima dos 30º, sem vento e com montes de humidade. E cada vez que víamos as previsões do tempo eles só falavam em thunderstorms e nós não viamos nada.

Hoje finalmente choveu. Durante meia hora apenas, e continuou a estar calor, mas choveu. E pelos vistos, em algumas zonas basta meia hora de chuva para causar estragos - um raio acertou numa árvore que caiu para cima de uma casa, tiveram logo cheias e tudo. Onde nós estavamos foi só mesmo uns pinguinhos. O suficiente para estrearmos as capas de chuva com que tinhamos vindo a carregar.

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