Dee's Life

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diário :: Junho 2003

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1 de Junho, domingo

De manhã dei mais uma arrumaçãozinha na casa e pus roupa a lavar.
Às duas fui buscar a Carla ao barco. Passámos a tarde na conversa e a ver bocadinhos de DVDs. Ela trouxe o catálogo da Habitat para eu ver.
Quando se foi embora, por volta das seis, fui com ela novamente até aos barcos, só para apanhar um bocadinho de ar. Estava a choviscar mas soube bem.
Enquanto não instalar o ar condicionado, vou sofrer.
Tudo porque não posso abrir as janelas sem me arriscar a ficar sem um gato.

À noite fui jantar com os meus pais. Uma espécie de jantar de aniversário atrasado para o meu pai.
Os meus pais têm uma daquelas relações que não entendo, em que passam a vida a dizer mal um do outro sem nunca tentarem resolver os conflitos ou ver as suas próprias falhas.
Mas considerando a quantidade de discussões e portas a bater que oiço no prédio desde que me mudei, não são os únicos.
Suponho que relações longas em que as pessoas efectivamente se dão bem é que são a excepção.

O que me faz mais confusão ainda, é uma coisa típica de pessoas mais velhas, como a senhora que comprou a nossa antiga casa.
Tinha conversas do estilo 'ah, não imaginam o dinheiro que eu gasto com este homem. Pois, deste que ficou doente só me dá chatices' com o marido mesmo ao lado, como se ele não existisse. É tão estranho!

2 de Junho, segunda

De manhã, no escritório, organizei uns papéis, depositei uns cheques e fiz umas alterações a umas maquetes. Acabou por me ocupar menos tempo do que eu pensava e a tarde foi uma seca.

À noite fui finalmente inscrever-me no clube de vídeo da zona mas aquilo é uma pobreza e duvido que vá lá muitas vezes.
Mesmo assim aluguei o segundo Harry Potter, porque me apetecia ver qualquer coisa levezinha e a escolha era muito limitada.
Apesar de ser para miúdos, até acho piada aos filmes. O suporting cast ajuda bastante, claro.

O pedro foi para o escritório montar o wirelesse quando chegou vimos mais um episódio do Farscape. Já só temos um...

3 de Junho, terça

Hoje foi um dia chato.
De noite sonhei que tinha montes de trabalho para fazer e que me tinha esquecido completamente.
Quando acordei ainda tentei perceber o que poderia ser, mas não é nada.
O que acontece é que fiz uma série de maquetes de seguida e estou à espera de contacto dos clientes para poder prosseguir. Detesto esperar. Especialmente quando estou no meio de 3 ou 4 coisas ao mesmo tempo e já sei que acabam por reaparecer todas ao mesmo tempo e assim de repente está toda a gente com pressa.
É à Dilbert - não se passa o trabalho enquanto não chegar à fase de urgente.

À noite vimos o último episódio do Farscape.

4 de Junho, quarta

De manhã fui finalmente cancelar os contratos de água e luz da outra casa. Como seria de esperar, tive mais duas horas de seca na EDP.

De tarde tive uma reunião no escritório.

À noite vi os Sopranos e escrevi uns bocadinhos de umas letras novas. Tenho finalmente o refrão para uma música de que gosto bastante mas que estava tão habituada a ouvir instrumental que não conseguia por voz naquilo.
Especialmente porque começou como uma coisa e à medida que foi ficando feita deixou de funcionar e tive que escrever outra letra mais dentro do espírito.

Fui ver como é que estão as coisas e reparei que já tenho nove músicas em várias fases de 'readiness'. Tenho que arranjar umas horinhas sossegadas para gravar umas coisas.

5 de Junho, quinta

Tive uma reunião logo de manhã cedo. Mas foi uma coisa rápida.
Dpois comecei uma maquete e de tarde a maquete interna para o site da reunião da manhã.

Ao fim do dia resolvi ligar o microfone para gravar umas coisas. Mas não deu em nada. Principalmente porque, como o meu computador pifou, foi preciso instalar tudo de novo e só consegui arranjar versões mais recentes de alguns dos programas. Como não estou habituada a trabalhar com estas versões, aquilo que deveria ser uma questão de tirar umas notas rapidas, musicalmente falando, não funcionou.
Por qualquer razão que ainda não consegui perceber, o programa insiste em tocar a faixa de voz mais rapida do que a faixa de música o que, como se pode imaginar, estraga completamente a sincronia.
Enfim, Vou ter que perder umas horas com aquilo até perceber o que se passa.

Com a frustração, fui antes tocar um bocado. Pelo menos isso posso fazer sem grande stress. Excepto se faltar a luz, uma vez que o piano acústico está em Melides...

6 de Junho, sexta

Tinha uma surpresa agradável na caixa do correio - o DVD do Red Dragon. Foi-me oferecido pela empresa que faz a promoção do filme, por ter posto um banner no meu site.
É a nova técnica de Marketing dos americanos - promover os produtos através dos fansites e foruns. Ou seja, dar os press releases directamente a quem tem interesse e não apenas às entidades 'oficiais'.
Acho que é uma boa ideia e é mais uma daquelas coisas que no nosso país nunca vai funcionar.

Fomos para o escritório e tive bastante trabalho hoje. É o costume à sexta feira.
E sinto que estou mesmo a precisar de uns dias de descanso - não fazer absolutamente nada com convicção.

À noite revimos o The Meaning of Life. Comer durante a parte do restaurante é impossível. E apesar do meu jantar ser apenas uma salada, não consegui voltar a olhar para a alface :P

7 de Junho, sábado

Acordei montes de vezes durante a noite.

Durante a manhã fomos às compras ao Pingo Doce. Estavamos mesmo sem comida em casa e não tivemos coragem de enfrentar o Jumbo ao fim de semana.
Para variar, fizemos compras inteiramente saudáveis. A única excepção foi que o Pedro não resistiu à tarte de maçã.

Depois do almoço puz roupa a lavar e fui tratar da manutenção semanal. A minha manutenção semanal, não a da casa.

À noite jantámos cedo e vimos o Red Dragon. É relativamente fiel ao livro mas muito selectivo. No livro temos em partes iguais os eventos vistos pelos olhos do assassino e pelos do Graham. No filme cortaram bastante as partes do assassino. E deram mais importância do que deviam ao Dr. Lecter. Mas isso eu já estava à espera. É o que vende o filme.

8 de Junho, domingo

À noite fui ao concerto dos Goldfrapp. Comigo foram o Pedro, a Carla e o meu sogro.
Ficámos no mesmo camarote do concerto dos Placebo.
Gostei do concerto e dos sapatos da menina. E continuo a insistir que ela tinha uma cabeleira.
O som estava bom excepto nas músicas mais barulhentas. A voz dela desaparecia, especialmente quando estava a cantar com voz grave.

Toda a gente se queixa de falta de interacção da banda com o público, mas sinceramente isso não me preocupa. Eu nunca me sinto parte do público, por isso que diferença faz?
Sim, de facto não são muito carismáticos em palco. Mas para um público que passou o tempo a assobiar as pernas da senhora, também não sei se mereciam muito mais. De qualquer forma, a sala não estava cheia, o que pode estar relacionado.

Enfim, foi divertido.
A primeira parte também não foi má, apesar da vocalista ter o problema da maior parte das cantoras portuguesas: quando chega às notas agudas grita como se o mundo fosse acabar. Cantar não é só estar afinado. O volume também interessa. Mas enfim. Podia ter sido pior.

9 de Junho, segunda

Como resolvemos fazer ponte hoje, aproveitámos o facto de ter um 'dia útil' nas mãos para tratar de uma série de coisas que estavam penduradas.
Fomos tirar fotos para o novo BI e encomendar o movel para o Hall.
Almoçámos no chinês e à tarde fomos às finanças fazer o novo cartão de contribuinte.
Não é propriamente o que se esperaria de um dia de folga, mas tem de ser feito.

De tarde demos uma grande volta por Almada. Demorámos cerca de duas horas.

À noite fomos fazer umas compras para o aniversário do Pedro. Mesmo à noite, o Jumbo estava cheio.
Perdemos foi os Sopranos. Espero que alguém tenha gravado...

Foi um dia um bocado cansativo mas foi produtivo.

10 de Junho, terça

Passei o dia a ver filmes. De manhã vi o Rat Race, que tem alguma piada mas não é fabuloso, e à tarde vi o terceiro Austin Powers que é das maiores secas à face da terra.
Não, não é em comparação com os dois primeiros. Nunca tinha visto nenhum e resolvi experimentar. Mas arrependi-me.
Enfim, não se pode ter tudo.

Fui entregar os filmes a pé para dar uma voltinha. O Pedro estava já em modo de 'amanhã é dia de trabalho' o que me estragou um bocado o flatline cerebral de que até estava a gostar.
Tenho muito poucos dias em que possa efectivamente não fazer nada sem me sentir culpada com isso. Geralmente estou a levantar-me de dez em dez minutos para ir arruamr qualquer coisa, por roupa a lavar, cdobrar meias, enfim. Aquelas coisas que não vale a pensa sequer descrever mas que me impedem de ser um perfeito vegetal.
Sabe bem.

11 de Junho, quarta

O Pedro faz hoje 30 anos. Parabéns!
Como não podia deixar de ser, passou o dia em reuniões.
E eu também estive cheia de trabalho.

À noite fomos jantar ao chinês com os pais do Pedro, a Marta e o João.
Depois fomos a casa dos meus sogros para eles darem as prendas e partir o bolo.
É claro que o resto do bolo veio para casa connosco, o que não é bom para quem está de dieta há uma semana...

Durante a tarde telefonaram a dizer que chegou o nosso sofá e que o vêm entregar na sexta feira. Demorou menos de um mês. Nada mau.

12 de Junho, quinta

Cortaram a água para fazer obras na rua. Estas coisas têm tendência para acontecer nos dias em que a Augusta vem fazer a limpeza semanal. Limpara a casa sem água não dá muito jeito...

Tive menos trabalho do que ontem, mas mesmo assim deu para estar entretida. Terminei uma maquete interna, coloquei outra online, mandei uns mails aos clientes em questão, etc.

Agora estou a tentar resistir a acabar com o bolo de aniversário que está no frigorífico. Requer a maior parte da minha energia mental.

À noite tenho um episódio dos Sopranos para ver.

13 de Junho, sexta

Fomos ao escritório e estive a fazer html. Estava à espera de resposta a uma maquete mas não chegou nada.
O facto de ser feriado em Lisboa deve ajudar.

Nós nunca ligamos aos feriados locais. Em compensação aproveitamos as pontes dos restantes feriados, quando não há muito trabalho.

O meu irmão foi ter ao escritório por volta das cinco e meia e veio connosco para casa.
Esteve a ajudar o Pedro a começar os cozinhados para amanhã.
Encomendámos uma pizza para o jantar e estivemos a rever o stand-up do Robin Williams. Durante todo esse tempo a carna da lasagna esteve a cozinhar.

Por volta da uma da manhã resolvemos parar e terminar a comida amanhã. Vai ser um dia cansativo...

14 de Junho, sábado

Levantámos cedo para começar a cozinhar.
O Pedro foi fazer a lasagna e eu arrumei um bocado a casa antes de fazer a salada. Estive a passar a ferro a toalha de mesa e a colcha da cama. Actividade rara nesta casa, para não dizer inexistente.

Os meus sogros vieram trazer o bolo por volta do meio dia, o que iniciou a confusão da organização do frigorífico.
Meia hora depois chegou o meu irmão. Eu comecei a por a mesa.

A Marta, o João e o meu pai chegaram a horas e depois esperámos mais uma hora pelo resto das pessoas.
O Pedro cozinha e tal mas quando chega toda a gente esquece-se de tudo o resto. Sendo assim eu é que tenho de me lembrar de por e tirar coisas da mesa, mostrar a casa às pessoas, etc. Mas tudo bem. Afinal é a festa de aniversário dele.

O sofá novo deu imenso jeito e conseguimos sentar toda a gente. O ar condicionado é que está a fazer imensa falta.

Por volta das quatro e meia foi-se toda a gente embora. É uma característica da família do Pedro - saem todos ao mesmo tempo.

Arrumámos a cozinha - trabalho grandemente facilitado pela Mila e Luisa que estiveram uma meia hora a lavar loiça - e descansámos um bocado antes de ir dar uma volta.

Resolvi começar a fazer ponto cruz outra vez.
Estive a folhear as revistas e encontrei uma série de desenhos que gostei. São todos casnhas. Não sei porquê mas só gosto de casinhas. Os outros desenhos parecem-me sempre demasiado foleiros.
Cortei o pano à medida e deu para todos os que tinha seleccionado. Só falta comprar as linhas. Tenho poucas cores.

À noite vi o filme K-Pax. O Kevin Spacey é um actor fantástico mas o filme tinha muito de video-clip e pouco de envolvimento com os personagens. Pareceu-me muito vazio e a atirar para o lamechas a dada altura. Mas não deixa de ter algumas cenas giras.

15 de Junho, domingo

Depois do dia de ontem, hoje não apetecia fazer nada.
Vi dois filmes. De manhã o One Hour Photo, com o Robin Williams. Não fiquei estupidamente impressionada mas gostei.
Acho que o Robin Williams deve ter sofrido um bocado para conseguir fazer um personagem tão contido.

De tarde vi o Resident Evil. Foi o Pedro que alugou e eu só vi porque sim. Não estava à espera de grande coisa e não é efectivamente nada de especial. Aliás, estava à espera que algumas cenas fossem um pouco mais gross. Mas Nem por isso.
Dito isto, para filme de tiros e monstros não é mau. Não é o Alien, mas já vi muito pior.

Às oito da noite fui dar a voltinha diária com o Pedro. Voltámos um bocado cansados mas está-se muito melhor na rua do que em casa. É a desvantagem de ter gatos - não posso arejar a casa porque se abro as janelas arrisco-me a ter um gato a cair lá abaixo. E não há gato que sobreviva uma queda de 8 andares...

16 de Junho, segunda

A última coisa que me apetecia hoje era trabalhar. Mas teve que ser.
Fomos para o escritório e passei a manhã a fazer uns templates em html para o Nelson implementar.
De tarde tive uma reunião para discutir uma maquete. Basicamente ficou na mesma.

Quando cheguei a casa estava esfomeada e comi um bocadinho mais do que devia. Especialmente porque o queijo por ode comecei - um queijo fresco magro - era amargo. Comprei para experimentar e agora tenho ali uma embalagem inteira de uma coisa que não me estou a ver a pegar novamente.

Fui para a varanda do quarto ler um bocado. É o sítio mais agradável da casa, ao fim do dia. Ainda tem luz e é muito simpático estar ali na cadeira de baloiço rodeada pelas plantinhas.
O cacto já tem uma flor enorme. Está muito giro.
Depois de tratar das plantas - o costume: arrancar umas folhas amarelas, regar as que precisam, etc - fui pintar as unhas. Estive a rever o filme Blast from the Past. Adoro o personagem do Christopher Walken.

17 de Junho, terça

Passei grande parte do dia a fazer o html de um novo site.
Há imenso tempo que não fazia um site do princípio ao fim. Geralmente são só maquetes e templates para implementação em programação.
Este é pequeno e muito simples mas acho que está a ficar giro.

Continua um calor monumental, que se nota particularmente no nosso escritório de casa. Nunca desce dos 27 graus. Já estou a considerar seriamente regressar aos gelados. Assim não dá.

Ando a dormir mal. Não é por causa do calor. Não sei bem porque é.
Acho que ando a sentir-me muito vulnerável ultimamente. É outra vez um esforço muito grande conseguir sair de casa ou falar com alguém. E sem mais nem menos começo a ficar nervosa e coma pulsação acelerada. É um bocado horrível.
Mas vou conseguindo controlar. Não é uma sensação constante. É mais qualquer coisa que aparece de vez em quando sem aviso.

Para além disso ando com os ombros e o pescoço numa desgraça. Estala tudo quando me mexo. É só nozinhos. E não há massagem que funcione.

Ou seja, é o desconforto geral. Mas não me posso queixar. Isto não é nada, sinceramente.

18 de Junho, quarta

Fui para o escritório. Tinha uns papéis para organizar e estava à espera od texto final para o site em que tenho estado a trabalhar, mas não chegou nada.

Antes de voltar para casa fui ao clube de video alugar uns filmes para amanhã. Recomecei o ponto cruz e dentro do multi-tasking, gosto de ter qualquer coisa a passar em background enquanto tenho as mãos ocupadas.

19 de Junho, quinta

Feriado. Não tenho paciência para religião mas os feriados dão jeito. É daquelas coisas completamente hipócritas de que não me arrependo. Uma desculpa para não trabalhar aceite a nível nacional é sempre bom.

Passei o dia a fazer ponto cruz e a ver filmes. Vi 3: The Knockaround Guys, The Divine Secrets of the Ya-Ya Sisterhood e The Bourne Identity.
Gostei mais do do meio - um chick movie típico mas com actrizes excelentes.

Ao fim do dia, quando ficou um bocadinho menos de calor, fui com o Pedro dar a nossa volta a pé. Acaba por estar mais fresco na rua do que em casa, a partir de uma certa hora.
Odeio ter que esperar pelo ar condicionado.

20 de Junho, sexta

Hoje vieram partir-me a casa toda.
Tenho que fazer obras e mudar a canalização do gás. Para esse fim, vieram cá hoje fazer os buracos na parede para um dia destes virem os técnicos do gás fazer o resto e depois esperarmos mais uns quantos dias até virem tapar os buracos.
Os homens que conseguimos convencer a vir fazer a obra são muito simpáticos mas estão super ocupados e, para uma obra tão pequena, é preciso esperar que tenham uma manhã ou tarde livre. É uma confusão.

Vieram então fazer a primeira parte. O homem fartou-se de trabalhar, ainda por cima com este calor e até conseguir salvar o azulejo da barra porque não temos mais nenhum.
Por outro lado, ao partir à volta da canalização fez um buraco para a sala. Portanto ficámos com duas divisões cobertas de pó em vez de uma só.
Mas tudo bem, não é grave. O pior é que agora os gatos gostam de ir enfiar a patinha no buraco e passam a vida a espalhar pó.

Depois de uma tarde de martelada, foi a vez da limpeza. Acho que por muito que me esforce a cozinha nunca mais vai ficar limpa. Pode ser que a Augusta tenha mais jeito que eu.

Depois disto tudo saimos de casa e fomos arejar um bocado.

À noite vimos o filme The Sum of All Fears. Decididamente não gosto nada do Ben Affleck. É demasiado bronco.

21 de Junho, sábado

Mais um dia de calor insuportável. Estou a ficar um bocado farta.
Continuo sem vontade de fazer nada e a gastar o sofá. Ter dias em que não tarablho mas sem poder sair de casa é uma frustração.
E eu sei que a resposta típica é 'porque é que não vais para a praia' mas isso é o que faz toda a gente. A praia está cheia de pessoas barulhentas e gajos com idade para terem juízo a jogar futebol e não me apetece.
Para além disso não sou grande fã de cancro da pele e num dia como este é mesmo estar a pedi-las.
Enfim, não gosto de praia. E não gosto de dias de calor. À noite, tudo bem, quando está mais fresco.

Dscobri que na varanda do quarto se está melhor e fui para lá ler um bocado.

À noite ainda fomos dar a volta do costume mas está mesmo um calor horrível. Não me costuma custar nada e hoje estava com sérias dificuldades em respirar. O Pedro teve um ataque de asma e tudo. Não foi grave mas mesmo assim...

22 de Junho, domingo

Passei grande parte do dia na cadeira de baloiço, na varanda, a ler o Carpe Jogulum que consegui terminar. As bruxas são as minhas personagens preferidas dos livros do Pratchett.

Ainda consegui obrigar-me a mexer o suficiente para arrumar roupa e fazer depilação.

À tarde vi um documentário da BBC com o Ewan McGregor no meio da selva. Normalmente teria saltado para por aquilo a gravar e depois fazer screen shots para o site, mas já não quero saber.

À noite revi o Fight Club. Ao contrário do Sixth Sense e outros do estilo, saber como acaba não estraga nada o filme. Tem tantos pormenores giros que se pode ver várias veses sem chatear.

Enfim, no total sinto-me um bocado culpada por ter desperdiçado estes dias, mas não acredito que conseguisse lutar contra o calor. Tenho os mesmos sintomas de quando esotu com a tensão baixa ou anemia - dificuldade a respirar, tentoras, a cabeça pesada. É horrível.

Só espero que me venham montar os móveis depressa para poder montar o ar condicionado.
Tem de ser por essa ordem por causa do espaço que ocupa a calha do ar condicionado.

23 de Junho, segunda

De volta ao trabalho.
Não posso dizer que seja mau. Pelo menos tenho qualquer coisa para me distrair. E a temperatura de manhã até esteve boa. A meio da tarde é que começou novamente a subir.
É claro que cá dentro estão sempre 28 graus, pelo menos, mas ter a brizazinha a entrar pela janela sempre faz alguma diferença.

Já coloquei temporariamente online o site em que tenho andado a trabalhar. Mais um dia ou dois e está online. Se tudo correr bem...

Os tipos do gás não apareceram. Como esperado.

Por volta das 3 da tarde faltou a luz. Não foi durante muito tempo mas é sempre chato.

E estamos à espera de uma encomenda que já chegou a Lisboa no dia 12 deste mês. Ainda não entregaram aquela porcaria. Entre greve e feriados, os gajos dos correios andam a gozar comigo. E se não viesse registado já não acreditava que alguma vez chegasse. Os nossos serviços é só qualidade...

Recebi um mail do meu amigo Winfried. Está um bocado deprimido com a vida em geral e ainda por cima a irmã dele acabou de receber um diagnóstico de cancro da mama.
Gostava de poder fazer alguma coisa, mas sinceramente não sei o quê.
O máximo que consigo fazer é dizer-lhe que pode desabafar à vontade.

Um dos maiores problemas que as pessoas têm geralmente é aquela sensação que estão a chatear quando precisam de falar sobre os seus problemas.
Entendo perfeitamente. Eu sempre fui a pessoa com quem toda a gente desabafa, talvez por tentar compreender a situação em vez de criticar, mas também não sei bem em quem poderia despejar as minhas chatices e frustrações.
Geralmente é no Pedro, mas por vezes ele está demasiado perto e não ajuda.

E não consigo deixar de pensar que há alguns anos, ter cancro da mama antes dos 40 anos era quase impensável. A Vera tem 39. É perto mas não deixa de ser antes dos 40.
È muito cedo. E a quantidade de pessoas com este tipo de doenças está a aumentar de uma forma assustadora.
Enfim. Espero que corra tudo bem.

À noite resolvemos ir às compras. Tentámos evitar as compras durante o fim de semana e já não havia nada para comer.
Só que parece que não nos livramos dos feriados. Foi feriado na quinta e é feriado em Alamda amnhã. Este mês começa a chatear.
Só que, apesar do feriado ser amanhã, HOJE fecharam a porcaria das ruas todas para a nojice das marchinhas.

Ou seja, apanhámos um transito gigantesco porque as avenidas estavam todas cortadas e por pouco não nos deixavam entrar na nossa, que tinha autocarros parados pela rua fora. Escusado será dizer que o estacionamento estava ainda mais complicado do que o costume. É mesmo de ficar à janela com uma caçadeira e matar toda a gente.

Enfim, cheguei a casa com o gelado todo líquido e com uma dor de cabeça monumental.

24 de Junho, terça

Ontem à noite fui para a cama, tentar anular a dor de cabeça, mas tive que fechar portas e janelas, apesar do calor, por causa do bailinho.
Isto de ter gajos a cantar o Apita o Comboio no meio da rua à uma da manhã durante um mês é de levar qualquer um à loucura.

Para piorar as coisas, dormi horrivelmente mal. Primeiro o Pedro acordou-me às 3 e meia, quando foi para a cama. Tive que me levantar, claro, porque nunca consigo voltar a adormecer sem ir à casa de banho.
Voltei a acordar umas dez vezes depois disso. Tive alguns sonhos relativamente violentos.
Estou constantemente a sonhar que alguém entra na minha casa. Desta vez era já a casa nova e, ao contrário dos sonhos anteriores, eu chateei-me e dei-lhe um tareão. Acho que estou a chegar ao limite da minha paciência, até em sonhos :)

Esta manhã, cometi o erro de ver o email antes de ter sequer acabado o meu iogurte líquido.
Tinha um mail de um cliente com alterações ao html que deviam ter sido feitas na fase de maquete, ou seja, antes de eu cortar as imagens todas e andar a contar os pixels às celulas das tabelas. Fico logo irritada.
Hoje não vai ser um bom dia.

Para além disso, parece que nos desapareceu outra encomenda. Chegou a Lisboa e não passou daí. Já deviamos ter recebido aquilo há uma semana. O Pedro ligou para lá e disseram que temos de apresentar reclamação.
Que bom. Nem a porcaria dos pacotes registados nos chegam às mãos! Afinal estou a pagar para quê? Para estar constantemente a ser roubada?
O que acho piada foi que da última vez que fizemos uma reclamação a conversa foi toda 'pois, não temos forma de saber onde isso desapareceu'. Mas agora, não há hipótese. Foi mesmo um portuga qualquer que meteu o pacote ao bolso.

25 de Junho, quarta

Tive bastante trabalho e só consegui largar por volta das sete.
Ainda fui cortar o cabelo ao Pedro - fazendo justiça ao meu nome - e tomar banho.

Hoje é o aniversário da minha mãe e ficou combinado que iamos jantar fora. Mas, sendo a minha família, a combinação dos pormenores é sempre em cima da hora.
Começou portanto com o meu pai a dizer que o meu irmão estava farto do chinês e preferia ir a outro sítio. Sugeriu o Fórum.
Como a mim tanto me faz, excepto pela seca de depois não conseguir estacionar o carro no regresso, disse que sim.
Mas quando liguei ao meu irmão para combinar se ele ia sozinho ou connosco, ninguém lhe tinha dito nada e ele ainda achava pior ir ao Fórum porque ficou traumatizado pelo facto de ter sido 'obrigado' a comer hamburgers da última vez que lá esteve :)
Ainda hesitei um bocado sobre se valia a pena continuar a confusão fazendo mais um telefonema, mas resolvi arriscar. Afinal não queria que o jantar de aniversário da minha mãe fosse marcado pelo facto de estar toda a gente a discutir sobre como o restaurante escolhido era uma porcaria tão grande.
Não percebo bem como é que eu acabo sempre por ficar no meio destas coisas, mas enfim. Liguei ao meu pai, transmiti a sugestão do meu irmão de irmos antes ao Atira-te ao rio e deixei-os combinar entre eles.
Acabou por ficar assim.

Felizmente lembrei-me de vestir um casaco antes de sair de casa, porque junto ao rio está sempre um ventinho penetrante. Mesmo assim quase que me arrependi por não vestir calças. Enfim, pormenores.

E cheguei à conclusão que ando a conseguir manter a dieta, mesmo em restaurantes. Basta evitar o pão e as batatas fritas que insistem em impingir com cada prato. No fundo não custa nada.
E pedi gelado para sobremesa mas deixei mais de metade. Há algum tempo atrás sentir-me-ia na obrigação de o comer todo, mesmo que não me apetecesse.

26 de Junho, quinta

Está online o site em que tenho andado a trabalhar, da Viva Translations.
Ainda falta a versão portuguesa, para a qual não recebi ainda os textos.
O layout foi feito a meias entre mim e o Pedro. Comecei a maquete, passei ao Pedro para ele alterar e depois dei uns retoques no fim.
É um método giro de trabalhar mas não funciona com toda a gente. É preciso não existir questões de ego aí no meio, nem sentimento de superioridade por parte de uma das pessoas.
O site é muito simples mas estes às vezes são os mais complicados. Com poucos elementos e sem fotos, tornar uma página minimamente chamativa dá trabalho. Mas gosto do resultado.

Ao fim da tarde estive a actualizar o portfolio. É sempre complicado. Não posso por nada no portfio que não esteja já online e às vezes demora um ano entre a minha parte do trabalho e o site ficar pronto. Entretanto já peguei em tantas outras coisas que já me esqueci do que fiz.
Mas ainda acrescentei uma série de exemplos que tinha para aqui no arquivo.

À noite estive a tocar com o Pedro. Ou melhor, ele esteve a tocar, na sua nova Fender acústica, e eu estive a cantar.
O nosso problema geralmente é que nunca aprendemos a tocar o mesmo tipo de músicas. Mas conseguimos encontrar duas compatíveis, o que já não é mau.

Antes disso tinha estado a tocar o meu curto reportório. Preciso de reaprender a tocar mais algumas das minhas músicas. Acabo por gravá-las num momento de inspiração e no dia seguinte já não me lembro.

27 de Junho, sexta

A meio da manhã apareceu cá em casa um tipo da Cabovisão. Vinha cortar o sinal.
Fiquei muito espantada porque já tinha recebido a factura e deu para confirmar que o pagamento estava a ser feito por transferência bancária, e por isso ainda discuti um bocado o assunto. Quando o tipo finalmente me mostrou a folha, percebi que ele queria era cortar o sinal da outra casa, mas como ambos os contratos estão em nome do Pedro e com a morada actualizada, veio antes cá. Enfim, percebeu e foi à outra morada.
Decididamente estes serviços não funcionam nada bem...

Ao fim do dia telefonaram a dizer que vêm cá montar os móveis na segunda feira. Finalmente!!!

28 de Junho, sábado

De manhã vi o filme Possession. Gostei. É o meu tipo de filme, apesar de alguns buracos.

À tarde fui ter com a Carla à Baixa. Lanchámos no sítio do costume e vi as fotos da viagem dela a Paris, de onde me trouxe um iman com Mona Lisa.
Depois fomos à Tom Tom Shop onde comprei montes de coisas da Koziol - coelhinhos com ventosas para pendurar as toalhas da casa de banho, uma piranha para o fio dental, etc.

Ainda fomos à Habitat, por volta das sete e meia, onde comprei umas jarrinhas para pendurar na parede - é a unica forma de ter plantas pela casa sem os gatos lhes chegarem.

Às nove da noite estavamos na FNAC onde a Carla foi comprar a prenda de aniversário do Pedro.
Cheguei a casa pouco depois das dez e ainda fui a pé entregar os filmes.
Decididamente fartei-me de andar, hoje...

29 de Junho, domingo

Passei o dia todo completamente desfeita.
Vi dois filmes maus - quando se chega aos restos do que o clube de vídeo tem para oferecer acontecem estas coisas - enquanto pintava o cabelo e as unhas. A manutenção semanal é muito importante. É o 'girl time' que dá energia para o resto da semana.
Por volta das cinco já não aguentava mais e fui-me deitar. Dormi até às sete, quando chegaram a Bela e o Fernando.
Fomos com eles para casa dos meus sogros, jantar. Fui também ver a nova tv de plasma do meu sogro. É enorme!
O Pedro começa logo com a convesa de que quer uma. Os homens têm destas coisas - se é uma máquina ou se é eléctrico têm de ter um, seja lá o que for. Acho que o Pedro até gostava de ter uma moto-serra e um corta relva. Só porque sim.

A tv até entendo. Não tem comparação com a nossa, que até nem é má. Só pelo tamanho permite ver uma série de pormenores que normalmente nos escapam. Mas pelo preço acho que ainda ponho umas quantas coisas primeiro.
Em última análise, quando a nossa se avariar, pensamos nisso.

Às dez da noite ainda viemos desimpedir ao máximo as varandas para ser mais fácil a montagem dos móveis, amanhã de manhã.

30 de Junho, segunda

Vieram finalmente montar os móveis que encomendámos para as varandas. Chegaram pontualmente à dez da manhã e deve demorar o dia todo, porque furar estas paredes é praticamente imposível.
O que quer dizer que me espera um dia de barulho constante. Mas como acordei com marteladas num apartamento vizinho, pelo menos não somos os únicos a fazer barulho.
E, se tudo correr bem, amanhã já posso começar a arrumar as tralhas que ainda estão espalhadas pela casa.
Próximo projecto: montar ar condicionado.

A montagem demorou até às seis da tarde, mas ficou bem.
A casa ficou novamente coberta de pó, que foi preciso limpar.
Depois comecei a arrumar coisas nor armários, vagando principalmente o escritório que ficou logo com um ar mais habitável.
Mais um dia extraordinariamente cansativo, especialmente devido à quantidade de vezes que foi necessário subir e descer do escadote. Mas vale a pena.

À noite os meus pais passaram cá por casa para ver as novidades e trazer mais umas revistas. Tenho que começar a folhear e deitar fora senão começo a ficar com a casa atulhada.

Jantámos já perto da meia noite e vimos o segundo episódio dos Monty Python.