24 de Dezembro, quarta |
Como o Pedro foi trabalhar eu fui para Palmela com os meus pais.
Quando chegámos a casa dos meus avós, eles foram fazer as filhoses e eu montei o portátilo e o scanner na sala e estive a digitalizar as fotos antigas da família. Andava para fazer isto há imenso tempo e são menos fotos do que eu esperava mas ainda consegui algumas boas. O meu avô quando era novo parece saído de um livro da Anne Rice. Tinha um ar quase assustador, com uma cara comprida e as sobrancelhas muito carregadas.
Encontrei também fotos de 3 dos 4 bisavós, o que já não é mau.
Estava é com esperança de encontrar documentos - certidões de nascimento ou casamento, para não ter de pedir tantos no registo, mas não tive sorte nenhuma.
Ainda andei no sotão à procura de uma foto dos meus trisavós mas não encontrei.
Por volta das seis fomos para casa dos meus tios. O Pedro só chegou às oito, mesmo quando nos preparavamos para jantar.
A troca das prendas foi pouco depois do jantar, após a habitual discussão sobre quem vai ser o Pai Natal. O número de crianças da família tem vindo a aumentar, em grande parte graças ao Miguel e à Maria que já vão a caminho do terceiro. Mas parece que já ninguém se lembra que um membro da família vestido de pai natal não engana ninguém. Se enganar pelo aspecto, assim que abrem a boca está tudo estragado.
Eu lembro-me que, em miúda, tentava não dizer nada porque achava que mais ninguém percebia quem era a pessoa dentro do fato.
Então este ano a distribuição das prendas calhou à Paula. E correu um bocado mal. Não por culpa dela mas porque há montes de gente com o mesmo nome - duas Marias, mãe e filha. Ok, tudo bem, porque à mãe toda a gente chama Migalha. Mas a minha mãe é Maria Luisa e durante muito tempo foi apelidada de Mariazinha. E agora, a Mariazinha é ela ou a pequenina?
E este ano também foi a minha avó Luisa, que deu a maior confusão de todas - todas as prendas para Luisa, que eram para a minha mãe, foram parar à minha avó. Tive eu que andar a vasculhar nos sacos porque as minhas prendas tinham aparentemente desaparecido. Enfim.
Eu recebi uma máquina de pão, de que não estava nada à espera, mas que já queria há imenso tempo e ainda mais desde que provei o pãozinho que o meu irmão faz na dele.
Por um lado nós não temos paciência para ir à padaria todos os diase e acabamos por andar sempre a comer aquele pão embalado que dura mais do que parece possível porque na realidade é feito de borracha, e mesmo quando vamos comprar pão à padaria, acabamos por ficar decepcionados com a qualidade - o pão que se vende para estes lados não nem a mínima semelhança com o que era há uns anos. Assim, mais vale fazer o nosso. Com estas máquinas nem dá trabalho nenhum e podemos ir melhorando a receita.
A parte má da noite foi quando atiraram uma quantidade enorme de papel de embrulho para a lareira, o que fez sair fumo, e o Pedro teve um ataque de asma. Acabou por vomitar o jantar e tudo, com as contracções da tosse. Enfim. Foi um pouco desagradável.
Saímos pouco depois da meia noite. O Pedro estava exausto, como seria de esperar. |
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