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diário :: Agosto 2003
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1 de Agosto, sexta
Esta noite custou ainda mais a passar que a anterior. E eu, que até sou uma pessoa friorenta, chegando a precisar de pijama e cobertores até ao pescoço em pleno verão, dou comigo a levantar-me a meio da noite para ir molhar a cara e o tronco e conseguir descansar mais um bocadinho.

Era suposto começar as férias hoje, mas tive ainda que ir enviar trabalho a um cliente.
De qualquer forma, começar férias a uma sexta feira nunca funciona. É preciso estar no espírito da coisa.
O Pedro e o Nelson também estão a trabalhar, e devem continuar durante todo o dia de hoje.

Eu tive mais uma vez que desligar o computador, uma vez que a temperatura naquela sala subiu já para os 31 graus, e vim escrever o diário no portátil.
A única chatice é que ainda não tenho o GoLive para Mac e tenho que escrever no word (podia escrever no Appleworks mas depois não conseguia passar isto para o PC).
O word é uma treta. Tem a mania da escrita criativa. Mesmo depois de eu desligar o auto-correct, insiste que 'fora' devia ser 'for a'. Odeio programas que têm a mania de começar com tudo automático.

Mesmo antes da hora de almoço fui à farmácia, last chance antes de me ir embora.

Durante a tarde estive a arrumar coisas nos armários das marquises. Não consegui acabar. Ainda falta muita coisa.
O pior de ter ataques de limpeza em Agosto é que quando paro fico duas horas a tentar recuperar.
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2 de Agosto, sábado
Vamos para Melides na segunda feira, por isso hoje fomos comprar comida para levar.
Resolvemos ir ao Pingo Doce para evitar a confusão que é o Jumbo ao fim de semana.

Ainda estive a arrumar mais coisas nos armários das marquises, o que implica subir e descer de um banco infinitas vezes. Pelo menos é um bom exercício.
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3 de Agosto, domingo
À hora de almoço fomos novamente às compras. Faltava um item importante - Pedras para o caixote dos gatos. Não podiamos deixar os bichos uma semana sem mudar aquilo.
Estive, portanto, a mudar o caixote dos gatos, com dois deles a fiscalizar, recusando-se a sair da área até o pó assentar.
O Pedro esteve a mudar as lâmpadas do candeeiro da escada. É daqueles horrivelmente chatos de desmontar mas acabou por ficar feito.
Depois almoçámos e vimos uns episódios da Buffy. Já vamos a meio da série 5.

À noite fomos jantar fora a um restaurante chamado Amarra o Rio, junto ao Forte de Almada. É relativamente recente e todo em vidro, dando para ver o por do sol enquanto se janta. Também é caro, obviamente, e tem uma escolha limitada de comida, principalmente peixe. Comi o polvo. Estava bom.
O jantar foi combinado pela Bela e pelo Fernando, de certa forma para comemorar o seu sexto aniversário.
O tempo passa muito depressa...

Depois do jantar fui a casa dos meus pais buscar a chave de Melides e, após um bocadinho de volta do novo plasma do Artur, que agora também tem tv digital, fomos para casa tratar da parte chata - deitar o lixo fora.
Mas tivemos uma surpresa muito desagradável. Já tinhamos dados por alguns mosquitos na cozinha e tinhamos o caaixote do lixo cheio de larvas. O que implicou passar a proxima hora a lavar e desinfectar tudo. É mesmo o que eu preciso de fazer num domingo à noite...
Odeio o verão.

Enfim, lá controlámos a situação e deitámos também fora os sacos da reciclagem que, apesar de não criarem infestações, também não contribuem para o bom ambiente.
Esta coisa de separar o lixo pode ser muito bonita mas também tem algumas desvantagens. Se esperamos até ter um saco cheio já temos a dispensa cheia de maus cheiros e ainda por cima o ponto de reciclagem está sempre cheio porque as pessoas deitam para lá tudo.

Ainda estive a programar os vídeos para as nossas séries semanais - DaVinci e Midsomer Murders, se der - mas um dos videos resolveu mastigar a cassete. A que tinha o episódio de hoje, claro.
Consegui tirá-la mas não há garantias que dê para ver.
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4 de Agosto, segunda
Um mês depois do nosso aniversário de casamento, estamos de volta a Melides. Desta vez viemos passar uma semana.
Acordámos tarde, depois de uma noite mal passada, por causa do calor, claro. Acabámos de empacotar o material necessário - principalmente comida e aquelas coisas, como pasta de dentes, que têm de esperar até ao fim - demos comida aos gatos e andámos.
Só conseguimos sair por volta do meio-dia e ainda foi necessário parar na bomba de gasolina.
Parecia que todos os condutores de fim-de-semana estavam na estrada. O Pedro começou logo a ficar irritado com as asneiras que nos rodeavam mesmo antes de sairmos da cidade.

Chegámos ao destino pouco depois da uma da tarde. Depois de guardar a comida no infimo espaço de frigorífico disponível - os meus pais deixaram montes de coisas numa de 'comam o que quiserem' mas o que queríamos mesmo era espaço parfa guardar o que trazemos, já que os gostos nunca são os mesmos a nível de comida - preparámos um almoço rápido e fomos para a piscina almoçar e apanhar sol.
Passei a tarde a ler, algum desse tempo dentro de água, que era o único sítio onde se conseguia estar confortavelmente. A razão da viagem - pelo menos durante a noss última semana sem ar condicionado podemos passar os dias imersos se nos apetecer.

Ao fim do dia, quando o sol já não aquecia mas ainda estava luz, estive a fazer um bocadinho de jardinagem: a arrancar erva, regar as plantas dos vasos onde não chega a rega automática, e a cortar umas plantas junto à piscina que estão a tomar conta do chão. Não foi muito, e certamente não fez grande diferença na confusão geral, mas foi, mesmo assim, cansativo. Faz-se o que se pode.

Enquanto o Pedro cozinhava o jantar, descobrimos uma aranha enorme a viver na casa de banho pequena. Parece que duche ali está fora de questão.

À noite ligámos o DVD (que trouxemos de casa - sim, somos um bocado perturbados. Entramos em pânico se ficarmos as noites todas sem nada para fazer) e vimos dois episódios da Buffy.
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5 de Agosto, terça
Teria dormido melhor se tivesse a minha almofada, mas de resto não foi muito mau. De qualquer forma, custa sempre habituar-me a dormir numa cama que não é a minha, especialmente rodeada de insectos.
O Pedro não dormiu, tendo passado a noite a ser atacado por uma melga.
De manhã eu tinha duas picadas no ombro direito. Felizmente o creme para as minhas alergias também serve para estas coisas e tirou a comichão.
Dentro de casa estavam quase 28 graus. Lá fora, à sombra estavam 30 e junto à piscina, 34. O céu está coberto de nuvens, o que nos impede de estar a fritar ao sol mas deixa um ambiente meramente abafado. A água está a 26 graus, se acreditarmos no termómetro. Parece muito, mas na verdade é um choque muito grande quando se está rodeado de ar a 34 graus.
E depois do boletim metereológico, voltamos à nossa programação habitual.

Quando chegámos à piscina o Pedro reparou numa aranha enorme, semelhante à que encontrámos ontem a viver na casa de banho, e uma centopeia. Ambas mortas e no fundo da piscina. Não é o tipo de coisa que me dê vontade de entrar na água durante uns tempos...
Tive que pescar os cadáveres e espero que não caia mais nada.

Acabei o livro que comecei ontem. Foi rápido.
Mas, na verdade, não fiz mais nada.
Estive deitada a apanhar um bocado de sol. Quando começou a ficar muito quente, fui-me sentar dentro de água, nos degraus da piscina, mas continuei a ler.O exercício repetiu-se ao longo do dia.
A temperatura chegou aos 45 graus.
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6 de Agosto, quarta
Dormi muito mal e acordei toda picada.
Durante toda a noite acordava ocasionalmente para matar mais uns mosquitos mas eles continuavam a aparecer. A única hipotese é que entram pelo telhado que nunca foi isolado convenientemente.
Fartei-me. Por muito agradável que seja ter a piscina à disposição com este calor, não estou para ser comidqa viva. A casa não tem condições para ser minimamente relaxante.
E mesmo sabendo isso, continuo a insistir. Devo ser parvinha.
Resolvi ir-me embora. Prefiro estar em casa com 30 graus do que passar mais uma noite a ser atacada por monstrinhos voadores.

Passei o dia tipo zombie, cheia de sono.
Comecei a ler um novo livro da Ruth Rendell mas não avancei muito.
Tentei dormir mas escorria suor e achei melhor desistir e ir antes para dentro de água.

Por volta das seis começámos a preparar-nos para ir embora.
Às oito estavamos finalmente em casa.
Fui imediatamente tomar duche numa banheira sem aranhas.
Jantámos e passámos a noite rodeados de gatos.
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7 de Agosto, quinta
Acordei relativamente cedo. Faz muita diferença dormir bem.

Enquanto tentava resolver o que fazer a seguir, chegou a Augusta, que não veio na terça e pensava que não estavamos em casa.

Tive que sair da sala e vim escrever o diário.

Entretanto telefonaram da Regiclima a dizer que os papéis do crédito voltaram para trás e temos que ir lá assinar novo impresso.
Basicamente a empregada que costuma tratar destas coisas está de férias, e foi a mulher do dono que esteve a preencher aquilo e enganou-se. Em vez do número de contrato escreveu o número de fax e depois teve de riscar e escrever ao lado.
Foi ao banco perguntar se havia problema, disseram-lhe que não, e uma semana depois mandam aquilo para trás, para ser preenchido 'sem rasuras'.
Estes malditos burocratas deviam ser todos estripados. Cambada de incompetentes.

É claro que já não acredito que haja instalação nenhuma na segunda, apesar de me continuarem a dizer que sim, não há problema nenhum.

Fomos almoçar ao chinês, antes de voltar para o forno que é a nossa casa.

Ao fim do dia fomos comprar material de pintura.
Resolvemos pintar a sala antes do ar condicionado ser montado para não ficar com a marca da cor actual por baixo.
O Pedro começou a pintar a parede em questão.
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8 de Agosto, sexta
Passámos o dia a pintar a sala. Só metade mas já deu bastante trabalho.
Foi um dia cansativo, especialmente com este calor, mas valeu a pena.
A sala é comprida, apenas com janela ao fundo, e a cor actual não é muito luminosa, tornando-a ainda mais escura e um bocadinho deprimente.
Já tinha pintado uma parede de verde e agora pintámos o resto de branco.
Ainda faltam duas paredes, que ficam para outra altura.

Entretanto ligaram a dizer que não vêem instalar o ar condicionado na segunda, tal como seria de esperar. Não deixa de ser irritante.
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9 de Agosto, sábado
Acordámos com o telefone. Era a minha mãe a perguntar se queríamos ir almoçar.
Eu queria é que me deixassem dormir.
Não entendo porque é que as pessoas conseguem compreender que não se telefona depois das dez da noite mas não compreendem que, pela mesma lógica, não se telefona antes do meio dia ao fim de semana.
Para além disso, já disse específicamente que não vou a lado nenhum se não tiver um mínimo de 24 horas de antecedência para pensar no assunto.
Pode parecer estranho, mas detesto esta coisa do telefonar para se fazer qualquer coisa daqui a uma hora. Entretanto já tenho planos para o que quero fazer nesse dia.
Voltei para a cama mas já não consegui ficar.
Deitei-me tarde e dormi mal por causa do calor.

Durante a tarde estive a arrumar a casa e a pendurar molduras nas paredes da sala e do hall. A casa, aos bocadinhos, vai ficando com bom aspecto.

Reorganizei a sala, criando um cantinho de leitura por baixo da janela e abrindo mais o espaço. Fica bastante melhor.

A meio da tarde demos uma volta por Almada mas estava mais calor lá fora do que parecia.
À noite, porém, estava mais fresco e fomos lá para baixo sentar-nos num banco de jardim, durante um bocado. Chegou aos 24 graus. Em casa continuam 30.
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10 de Agosto, domingo
Passei grande parte do dia a ler. Acabei finalmente o Smoke and Mirrors e voltei a pegar no livro da Ruth Rendell. A seguir acho que vou ler os livros da Margaret Atwood que tenho aqui. Tenho 3 que ainda não li.

O Pedro esteve um bocado deprimido - é uma coisa cíclica que acho que não vai ser resolvida tão cedo. Fiz o que pude.
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11 de Agosto, segunda
Era suposto virem instalar o ar condicionado. Esperámos todo o dia, o Pedro fez uns telefonemas e nada.
Aparentemente, o BCP, responsável pelo crédito, está a ter muita dificuldade em enviar os papéis daqui para o Porto. Sim, porque é uma tarefa complicadíssima que requer uma grande dose de massa cerebral e uma série de dias úteis. Aparentemente.
Entretanto está toda a gente à espera.
Não há sequer garantias de quando será então a montagem.

Fartei-me e fui pintar o cabelo.

À noite acabámos de ver a sexta série da Buffy.
Apesar do episódio musical ser hilariante, não foi das preferidas. Acho que o que eles fazem bem é o humor e uma série que é só telenovela é uma seca.
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12 de Agosto, terça
Acordámos novamente com o telefone. Desta vez era o Nelson a dizer ao Pedro que tem de ir trabalhar.
Sinceramente não concordo - é um trabalho que já devia ser considerado extra para uns tipos que ainda por cima não pagam e acho que, mesmo que se chegue a fazer, não merece interromper a segunda semana de férias.
Mas como eu não mando nada nestas coisas, o que penso é irrelevante e o Pedro foi trabalhar.

Estava a planear ir hoje a Lisboa. Preciso de fazer o BI novo e queria ir a algumas lojas de decoração. Mas está-me a parecer pouco provável.
Decididamente estas férias podiam voltar de onde vieram porque não fazem cá falta nenhuma.
Ainda não consegui fazer nada de jeito.

Entretanto recebi um mail altamente insultuoso de uns brasileiros.
O facto de serem brasileiros tem apenas importância do ponto de vista em que não resistem pelo menos duas ou três vezes a dizer que os portugueses são estúpidos.
O conteúdo básico é que tenho falta de sexo e se tivesse filhos deixava de perder tempo a escrever estas tretas todas. Que o que escrevo é uma seca, que uma pessoa com uma vida tão vazia não devia descrever todos os pormenores insignificantes e andar a aborrecer os outros.
O meu primeiro impulso foi para ignorar porque não gosto de dar tempo de antena a pessoas que estão obviamente a tentar chamar a atenção para si proprias, especialmente no meu espaço.
Mas não resisto :)

Acho fabuloso como não obrigo ninguém a ler isto, nunca achei que alguém - para além da família, que tem uma curiosidade natural por me conhecerem - quisesse ler isto, e no entanto as pessoas não só lêem como me enviam mails com citações comentadas.
E depois queixam-se que é monótono e aborrecido. Será que não têm mais nada para fazer?

Já tinha, por diversas vezes, pensado na questão do sexo. O facto de eu não descrever em pormenor a minha vida íntima não quer dizer que ela não exista. 
Simplesmente é aquilo que guardo só para mim. Isto não é um diário porno. Ninguem tem nada a ver com isso.
Acho que se fosse por aí arriscava-me a atrair ainda mais pervertidos do que os que já me escrevem.
Escrevo as coisas quotidianas de que me vou esquecer. Que vou querer ler passados anos e pensar, olha, há 3 anos estava a fazer isto.

Outra das acusações era que sou uma pessoa infeliz que passa a vida a queixar-se.
Não sou uma pessoa infeliz. Mas tenho mais tendência para escrever quando há coisas que me irritam. É uma forma de terapia. Sai mais barato do que pagar a um psicanalista.
Quando estou feliz não tenho nada a dizer. Pode parecer estranho mas é assim. Quando estou feliz limito-me a existir. E não tenho obrigação nenhuma de entreter as massas.

Continuo a achar incrível como há pessoas no mundo com a mania de dizer aos outros como devem viver. Tendências Hitlerianas.
Há uns meses também tinha recebido outro mail de um tipo que se dizia chocado com o dinheiro que eu gastava em DVDs da Buffy, na sua opinião a pior série à face da terra. Como é que eu conseguia gastar tanto dinheiro numa porcaria daquelas quando há tanta gente a morrer de fome no mundo?
Fartei-me de rir.
Sim, os DVDs são caros e não será propriamente uma coisa essencial. Mas o dinheiro é meu. Eu trabalho para o ganhar e faço com ele o que me apetecer.
A vida é curta e cheia de coisas chatas e qualquer coisa que me dê 22 horas de não ter que pensar em mais nada merece aquilo que eu quiser pagar.
Provavelmente se gastasse o mesmo valor em cervejas no bar da esquina ninguém dizia nada.
E será possível que ainda alguém ache que ser geeky é uma grande vergonha?

Enfim. Há muita gente por aí com a mania que sabe como os outros deveriam viver, e aparentemente têm todos o meu email.
Tenho que decidir o que fazer em relação a isso. Ou deixo de colocar o diário online ou retiro o mail do site. Porque começo a ficar um bocado farta de ser invadida por fascistas com a mania que eu sou a Polónia.
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13 de Agosto, quarta
Passei uma manhã aborrecida, principalmente por estar em modo de espera.
Liguei à Carla e combinámos ir almoçar ao Chiado.
Cheguei cedo e passei na Fnac onde comprei um livro da Margaret Atwood e o filme 'The Importance of Being Earnest' de que gosto imenso.

Almoçámos no chinês e depois demos uma volta nas lojas, principalmente porque não se podia estar em sítios sem ar condicionado.
Comprei umas T-Shirts na Zara mas já não tive coragem para me meter no metro e ir à Dimensão encomendar a estante. Fica para outra altura.

Quando regressei, fui ao clube de vídeo alugar uma brutalidade de filmes para não ter que me mexer amanhã. Dois dias seguidos a andar em Lisboa é demasiado cansativo para férias. Peciso do contraponto de vegetação total.

À noite vi o novo filme do Guy Ritchie, chamado Swept Away. Já estava à espera que fosse uma porcaria mas consegue ser ainda pior.
É a história de uma rich bitch (Madonna) que acaba numa ilha deserta com um tipo que a trata mal e lhe bate e isso faz com que ela se apaixone pelo tipo em questão. Há muito tempo que não via um filme tão machista. Sinceramente!
O Guy Ritchie é responsável por um dos meus filmes preferidos - Lock Stock and Two Smocking Barrels. Fazer um filme com a Madonna só porque se casou com ela já é mau. Mas nem sequer se dar ao trabalho de arranjar um argumento minimamente inteligente é deprimente. No mínimo.
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14 de Agosto, quinta
Fomos acrodados pelo tipo do ar condicionado a confirmar a montagem para amanhã - depois disto tudo ainda achou necessário confirmar!

Passei o dia a ver filmes. Comecei com o Analyse That, seguido do Sweet Home Alabama e terminando com o Death to Smoochie.
O último foi o meu preferido. Nada como humor sarcástico.

O meu irmão passou por cá e fomos almoçar fora. Depois foi com o Pedro ao Jumbo fazer compras.

À noite o Pedro levou-me a entregar os filmes e passámos no escritório para ver a correspondência.
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15 de Agosto, sexta
O meu irmão foi para a Polónia, logo de manhã. Boa viagem.

Nós ficámos em casa devido à tão esperada montagem do ar condicionado.
Atrasaram-se uma hora mas apareceram, que é o importante.
Foi um bocado stressante e barulhento mas acabou por ficar tudo feito por volta das sete da tarde.
Fiz o que pude para limpar a poeirada inconcebível que ficou por toda a casa, mas não fui muito longe.
Passado um bocado já estava a comer pó e a casa parecia igualmente suja.
Acabei por desistir.

Como acordámos cedíssimo, resolvemos ir para a cama cedo. Mas infelizmente o ar condicionado do quarto, por volta das nove da noite, desatou a pingar água. Ligámos ao tipo que disse que não devia ser grave e supostamente vem cá amanhã de manhã. O Pedro é que ficou bastante chateado porque isto lhe estragou a fantasia de dormir finalmente com uma temperatura decente.
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16 de Agosto, sábado
De manhã lavei roupa.
Por volta do meio dia chegaram os homens para ver se conseguem perceber o que é que se passa com o ar condicionado do quarto.
Desmontaram aquilo e foi como abrir uma torneira. Ficou tudo encharcado.

Aparentemente, o tipo que instalou aquela máquina não se apercebeu que a parede é dupla, e meteu montes de mangueira dentro da parede, o que impossibilitou a saída da água para o exterior - a mangueira ficou em U.
Lá arranjaram aquilo e em princípio agora está ok.

Durante a tarde vimos o Daredevil que é uma porcaria monumental - até tem o cliché da câmara a passar para a lareira durante a cena da cama. Não podia ser pior - ou como o Pedro disse, só podia ser pior se tivesse o Ben Affleck :)

Estive a jogar Amerzone durante um bocado mas fiquei super enjoada. Não sou compatível com jogos 3D.

À noite fomos jantar a casa dos meus sogros.
A Bela e o Fernando voltaram de Veneza, e estivemos a ver as fotos. Trouxeram-nos uma máscara muito gira.
Para além disso tornou-se oficial o fatco de irmos comprar o carro actual deles. Não é que eu seja grande fã de Mercedes, mas pelo menos desvaloriza menos que o Fiat, por isso não me parece um mau negócio.
Trocamos de carro sem ser preciso empréstimo bancário e daqui a uns anos, quando quisermos um novo, temos algo mais valioso para negociar.
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17 de Agosto, domingo
Acordei de um sonho horrível.
Vi mais um episódio do Fawlty Towers, o que não ajudou ao bom humor - aquilo cada vez irrita mais.
Depois estive a brincar com o portátil até ser hora de almoço.
O Pedro passou a manhã enfiado no quarto em modo de não-comunicação, como já começa a ser hábito aos domingos.

Vimos o Solaris, que é giro mas um bocado seca. Fiquei cheia de sono.
Fui regar as plantas e lembrei-me que preciso de ir também regar a do escritório. Coitada, com este calor é uma sorte se ainda estiver viva.

Ando constantemente com uma dorzinha de garganta irritante que não se decide se cresce para constipação ou não.

Como me estava a sentir mal e ainda por cima recebi um mail a avisar que um site qualquer tinha links directos para as fotos de um dos meus fansites - uma daquelas coisas que devia ser ilegal - fartei-me e apaguei-os todos.
Já não os actualizava há imenso tempo, já estavam a dar mais trabalho do que gozo e na verdade já nem acho muita piada à maior parte daqueles actores - especialmente os que nunca mais fizeram filmes de jeito.
Por isso, assim pelo menos tenho o prazer de saber que há uns gajos que ficaram cheios de broken links nos sites.

Agora tenho que decidir se sempe faço o site de cinema ou não. Pelo menos podia voltar a incorporar algumas dessas coisas, mas noutro contexto.
Mas não me volto a meter numa coisa deste tamanho sem ter um backend.
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18 de Agosto, segunda
Fomos passear ao Parque da Paz. Estivemos sentados no relvado durante cerca de uma hora, a conversar. Está-se bem na sombra.
Mas dá para perceber que as pessoas gostam mesmo é de praia - estavam umas dez pessoas no Parque. O que não é mau para quem procura paz e sossego.

Depois demos um salto ao Jumbo para fazer umas compras necessárias - é sempre uma seca, mas tem de ser.
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19 de Agosto, terça
Esta tarde fomos ao cinema. Principalmente porque estava cá a Augusta e não me apetecia passar a tarde com o som do aspirador.
Não está nada nas salas que me interesse, por isso escolhi o mal menor e fui ver a Lara Croft. Pelo menos já sei o que esperar.

Enquanto esperávamos pela hora, demos uma volta pelas lojas. Comprei uma t-shirt que já tinha andado a namorar e que com os saldos está bastante mais barata.

O filme foi previsível mas, mesmo assim, ligeiramente melhor que o primeiro.
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20 de Agosto, quarta
Por volta das cinco fomos à praia. Não para perder uma tarde a torrar ao sol como toda a gente, mas para passear um bocado à beira da água.
Mesmo àquela hora, e apesar de uma ventania quase insuportável, a praia estava cheia.
Andámos mais ou menos uma hora para cada lado. O regresso foi menos agradável porque tinha o vento de frente que, para além dos banhos de areia, faz com que deixe de conseguir ouvir. Conversar é apenas possível levantando a voz. É cansativo.
Mas sinto que preciso de ver o mar de vez em quando. Esta coisa de viver em apartamentos no meio de uma cidade de cimento faz-me sentir muito afastada da realidade e da natureza. Os elementos naturais - mar, árvores, chuva - fazem sentido, fazem-se sentir mais integrada. Enquanto que todas as artificialidades culturais que criamos me fazem sentir sozinha e excluída. É bom sentir que pertencemos ao mundo antural mesmo que não pertençamos ao mundo falso que os humanos criaram para si. O erro número um é sempre esquecermo-nos que somos animais. Somos apenas mais uma espécie a habitar este planeta.

Ao longo do passeio não me consegui abstrair ou deixar de me surpreender com o facto de grande parte dos portugueses serem tão gordos. A barriga proeminente da população em geral - incluindo crianças - especialmente quando relevada no seu máximo esplendor pelo fato de banho, é um espectaculo alarmante. Não chegámos ao nível dos americanos, mas faz-me uma certa impressão.
E faz-me pensar que o nosso corpo ainda tem muito que evoluir. Ao fim de todo este tempo continuamos a ter um corpo que não para de armazenar. Sempre preparado para um inverno sem comida. Quando é que vamos evoluir para um corpo funcional que percebe quando não há privação? Talvez daqui a uns milhares de anos...

Quando chegámos, fomos jantar fora ao chinês.
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21 de Agosto, quinta
Estive bastante irritável durante o dia de hoje.

O Pedro dormiu a manhã toda e eu vi um filme. Como não o queria acordar passei a manhã a tentar não fazer muito barulho.
Às três fomos finalmente à Agência de Viagens buscar a lista de preços actualizada. As viagens estão ligeiramente mais baratas que o ano passado, o que dá algum jeito.
Depois fomos fazer umas compras ao Pingo Doce.

Quando chegámos a casa estive a fazer contas relativamente à viagem e escolhemos a semana. Vamos numa terça feira e voltamos no sábado.
Resolvemos ir 5 dias em vez de quatro e um dos dias ir de comboio a Cambridge.
E voltar no sábado é preferível do que voltar no domingo porque ir trabalhar logo no dia a seguir à viagem é estupidamente cansativo. Mesmo uma viagem em que não se muda de fuso horário continua a ser cansativa.

À noite consegui convencer o Pedro a ajudar-me a gravar a voz numa das músicas novas.
Demorou duas horas e ainda vai precisar de mais trabalho, mas eu já não aguentava mais.
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22 de Agosto, sexta
De manhã o Pedro foi ao banco saber em quanto nos fica o seguro do novo carro. Não tem comparação possível com o da seguradora. Acho que vamos mesmo por aí. Pagar 400 contos de seguro para uma carro com dez anos não é sequer uma opção. Mas como precisamos de alguns documentos, não ficou tratado hoje.

Em compensação fomos finalmente marcar a viagem a Londres. Vamos na terceira semana de Outubro. Estava a pensar ir na semana anterior mas era difícil arranjar um voo a um preço decente. Já estavam todos um bocado cheios.
Isto das viagens tem de ser planeado cada vez com mais antecedência.

Agora tenho que descobrir se há alguma peça de teatro que me interesse ir ver, a melhor forma de arranjar bilhetes e possíbilidade de ir a um comedy club assistir a stand-up.
Adoro o stand-up show da BBC e acho que deve ser giríssimo ir ver uma coisa daquelas. Como não me interessa se os performers são conhecidos ou não deve ser possível entrar num desses sítios.

A única seca da viagem é a mania que os Ingleses têm de que não pertencem à Europa, o que quer dizer que tenho que trocar dinheiro.
A hipotese de ir a Dublin era mais facil nesse sentido. Fica para a próxima. Especialmente porque se correr bem acho que se torna uma coisa viciante. E como as viagens que me interessam custam todas mais ou menos o mesmo, pelo menos de dois em dois anos deve dar para fazer uma.

As más notícias é que estou constipada. Acho que se deve em grande parte ao ar condicionado, ou melhor, ao facto do Pedro insistir em por o ar condicionado para 22 graus. Como estas máquinas até são bastante poderosas, chegam à temperatura pedida muito depressa. A minha garganta não aguenta essas mudanças súbitas. Já estou a começar a precisar de ter à mão casaquinhos de malha e mantinhas :P
Mas espero que não seja grave porque agora que comecei finalmente a gravar não quero ter que parar já a seguir.

Ainda consegui gravar mais um bocadinho, mas comecei só às dez da noite. Depois de umas coisas desagradáveis, como o computador crashar sem termos tido tempo de gravar, acabou por correr bem e duas das músicas estão bastante avançadas.
QUando parámos, por volta da meia noite, eu estava ainda bastante wired. Fazer isto é bastante viciante e sinto alguma dificuldade em mudar de modo.
Fui tocar um bocado e depois estive ainda de volta da melodia do verso de uma música que está quase mas com que não estou satisfeita.
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23 de Agosto, sábado
Acordei às cinco da manhã e quando me levantei para ir à casa de banho tive uma dor horrível na perna. Fiquei assim o dia todo.
Não entendo como é possível magoar a perna enquanto durmo, mas aparentemente caimbras noturnas não são invulgares.

Fomos para Lisboa à hora o almoço. Passámos na Loft para comprar aquelas bolinhas fabulosas para o banho e depois fomos ao cinema ver o filme Bend it Like Beckham. Gostei bastante. Já tinha visto outros filmes sobre a mesma temática - filhos de emigrantes Indianos a viver em Inglaterra e o choque de culturas - mas que têm sempre tendência para descambar para o melodramático. Este mantém sempre o humor e é um filmezinho simpático, apesar de lidar com os mesmos assuntos.
O Pedro fez o sacrifício de ir comigo - apesar de ser com o Jonathan Rhys Meyers que ele não suporta - mas parece que também não detestou o filme.

Depois demos um pulo à Habitat para comprar molduras para as minhas casinhas em ponto cruz.

Chegámos a casa às sete em ponto e o Pedro foi para casa dos pais ver um jogo.
Eu fui tomar banho e descansar um bocado. A perna continua a doer.
Depois fui ter com o Pedro e fiquei para jantar.
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27 de Agosto, quarta
Passei grande parte do dia a jogar Tropico 2. Consegui acabar 4 jogos.
O inconveniente é que a minha placa gráfica é muito antiga e o jogo passa a vida a crashar, especialmente quando mexo no zoom. Um bocado como já me acontecia no Sims.
Mas tudo bem. Pelo menos tem auto save, o que faz com que me irrite um bocadinho menos.

À noite estive a experimentar uma das bolas de sais de banho que comprei na Loft. É muito giro é tipo um alka seltzer gigante. Mas acho que para ficar mesmo bom tinha que usar duas. Só que sai um banho um bocado caro :P
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28 de Agosto, quinta
Acordei como de costume por volta das dez. Como só adormeci depois das 3, não me apeteceu levantar logo. Mas como sabia que a Augusta vinha hoje, estive a olhar para as horas de meia em meia hora. É mais cansativo do que levantar-me.

O Pedro tem andado outra vez deprimido e ansioso e eu faço o que posso, o que implica ficar a conversar até às 3 da manhã todas as noites. Isto porque um dos grandes problemas é que o stress causa-lhe insónias. O problema é que se eu não durmo as horas do costume e a horas mais ou menos certas, passo o dia seguinte completamente sem energia. E como também não consigo dormir durante o dia, não chego a recuperar. Ao fim de uma semana disto estou a sentir-me um bocado de rastos. Às oito da noite só quero é ir dormir.
Tenho que lhe arranjar um terapeuta...

Resolvemos ir novamente ao cinema para fugir ao aspirador.
Antes de sair liguei à minha mãe que já tinha o resultado da citologia. Aparentemente tudo ok.
Depois chegou o meu irmão, mesmo quando estavamos a sair. Vinha mostrar o seu novo brinquedo - um iPod.

O filme não foi grande coisa, mas também não ia com muitas espectativas. O Pedro é que apanhou a maior seca porque não tem paciência para lamechices.
Inicialmente iamos ver o Bruce Almighty mas só começava às quatro, o que nos deixava duas horas sem nada para fazer. Em vez disso vimos o Whata Girl Wants que é uma comédia romântica para adolescentes em que o par é pai/filha em vez do casalzinho do costume.
Só que, apesar de ter o Colin Firth e mais alguns actores com idade para ter juízo, e uma estrutura típica deste tipo de filme, de que eu até costumo gostar, acaba por não funcionar. Tem demasiadas partes musicais a puxar para o sentimentalismo piroso o que estica desnecessariamente o filme meia hora pelo menos e a caracterização dos actores ingleses é estupidamente estereotipada. É a visão típica dos americanos.
Ou seja, enquanto que os ingleses geralmente se safam muito bem com este tipo de filmes, este é uma pálida cópia que necessita de recorrer a diversas cenas da menina a cair para obter o riso fácil.
E pronto. É o que se pode esperar de um filme cujo público alvo são miúdas de oito anos.
Eu não odiei. Simplesmente encolho os ombros e não penso mais nisso.
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