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diário :: Setembro 2002
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1 de Setembro, domingo
Hoje é que foi o ataque total. Pintámos finalmente a parede de violeta.
O lixo que está espalhado no chão daquele quarto é fenomenal. Fico com comichão só de pensar nisso.

Durante os tempos de secagem das várias tintas aproveitámos para comer, ver televisão, acalmar os gatos, descansar.

Voltámos a dormir no chão da sala. Mas pelo menos ando tão cansada que durmo lindamente.
O único problema é que está tudo tão desarrumado que não consigo chegar à varanda para regar as plantas.
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2 de Setembro, segunda
Fomos ao escritório. Como a Patrícia e o Nelson regressam de férias hoje, tivemos uma reunião de ponto de situação.
E ainda consegui terminar uma maquete.

À noite voltámos a atacar as pinturas. Demos mais uma demão de membrana na parede da janela e pintei os rodapés.
Conseguimos voltar a montar o quarto, o que quer dizer que já podemos dormir na nossa caminha esta noite.

Estou completamente exausta e com a pele ultra seca por andar sempre a esfregar para tirar a tinta. Só espero não demorar muito mais. Estou farta de ter as unhas todas salpicadas.
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3 de Setembro, terça
Hoje ficámos em casa porque o Pedro tinha que ir levar a vacina das alergias.
Passei grande parte do dia a fazer uma maquete para um trabalho cujo prazo termina na quinta feira. Consegui acabar.

Ao fim da tarde fui pintar novamente o quarto. Isto de ter que esperar 24 horas entre demãos é um bocado seca.
Resolvi montar um leitor de CD no quarto porque tinhamos um extra e às vezes apetece-me ouvir música ali, mas como o único sítio onde ainda há espaço é no topo do roupeiro, foi preciso afastá-lo novamente da parede. Durante esse processo, as costas despregaram-se definitivamente.
Foi preciso voltar a pregar tudo.
Já na altura em que o comprámos eu não queria aquele roupeiro. Queria construir um até ao tecto e pronto. Mas caí na treta do conjunto da mobília. Estes roupeiros são um nojo. As portas até são de madeira maciça mas as costas são daquele cartão prensado muito ranhoso que passa a vida a sair.

Agora estou à espera que passem as horas de secagem da tinta para dar a última demão.
Não sei se tenho coragem de pintar a varanda ou a sala tão cedo...
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4 de Setembro, quarta
Recebi um mail de uma pessoa que se dizia chocada pela frase que costumo colocar nos fansites referente às imagens. Essa frase diz que os scans e screen captures são feitos por mim, não uso imagens roubadas de outros sites e agradeço que não usem imagens dos meus sites noutro lado.
Não tem nada a ver com copyright. O copyright das imagens, filmes ou textos não é meu e eu informo sempre de quem é. Mas a trabalheira de colocar tudo online, de passar horas a fazer screen captures e scans é meu e chateia-me quando alguém chega ali, grava as imagens para o disco e tem automaticamente um site ultra completo sem ter que se esforçar.

Eu tinha aquela ideia naif de que os fans de determinado indivíduo formam uma comunidade e teriam respeito mútuo. Mas pelos vistos não é assim.

Agora, não percebo porque é que um simples visitante do site se sentirá chocado com aquela frase ao ponto de me dizer que a devia retirar. Acho isso extremamente arrogante. Especialmente porque o argumento era do estilo - uma vez que não tenho o copyright do material não posso dizer a ninguém para não usar.

Não peço a ninguém para não usar o conteúdo. Simplesmente para não usar aqueles scans. Ou seja, se têm o material original e fizerem o scan, estão à vontade. Não tenho nada a ver com isso. Mas aquilo deu-me trabalho, fiz aquilo tudo porque estava a tentar criar um site informativo onde as pessoas tivessem acesso a material que desconhecem e que às vezes é difícil de encontrar (uma série daqueles filmes estão 'deleted' ou seja, já não são editados) e sinto que esse esforço está a ser desrespeitado quando encontro os scans e caps noutros sites sem sequer uma referência sobre a sua origem.

E ainda por cima tenho autorização dos detentores de copyright de alguns textos e imagens para os usar no site. Ou seja, não só nunca ninguém me pediu para retirar material do site porque detêm o copyright e não querem aquilo ali, como até me enviaram material para o site, pedindo apenas que fosse claro quem detinha esse copyright, ou que fizesse um link para o site deles.
Porque no fundo estes sites são publicidade grátis. E até lhes convém que o material esteja disponível após as revistas, etc, saírem de circulação. Desde que o nome do autor esteja presente, o que me esforço por fazer.

Para além disso também tenho conteúdo original no site. Faço as minhas próprias críticas aos filmes, novamente no espírito de informar e ajudar aqueles que procuram saber algo mais sobre aqueles filmes super difíceis de encontrar mas que eu por acaso já consegui ver.

Enfim. Irritou-me mesmo. Mas pronto, era uma tipa americana, provavelmente adolescente, por isso está tudo explicado.
Limitei-me a apagar o mail seguinte e voltar à minha vida.

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5 de Setembro, quinta
Fomos para Setúbal novamente. Terminei dois projectos que tenho em mãos (ou melhor, terminei ao ponto de enviar ao cliente, antes das alterações).
Gosto de terminar coisas. É a minha parte preferida, quando se vê o resultado e parece encaixar tudo bem. É claro que estas finalizações são sempre temporárias, mas a partir de determinada fase do projecto, cada vez que lhe pego termino mais qualquer coisa e já não dá tanto trabalho. É uma sensação agradável.
E ainda bem que estive ocupada. Quando tenho qualquer coisa em que me concentrar mesmo, não reparo em nada à minha volta. Por isso não me incomodou o facto de o Nelson e a Patrícia passarem o dia a conversar bastante alto. O Pedro não tem a mesma sorte. Não se consegue abstrair. A determinado ponto já estava obviamente com vontade de bater em alguém.
Daí que trabalhar em casa é muito mais calmo. O ambiente de escritório nem sempre é ideal para a produtividade.
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7 de Setembro, sábado
Levantei-me com uma enorme vontade de vir trabalhar nas músicas. Já tenho 6 começadas mas ainda não terminei nenhuma. Ando mais numa fase de apontamentos do que de produção. Mas duas ou três já estão relativamente prontas. Só falta gravar a voz que, desta vez, vou tentar que seja uma tortura menor. Aliás, nunca fiquei satisfeita com a voz das músicas anteriores e ainda vou gravar de novo. Tentei gravar como se fosse ao vivo, tudo de seguida, mas depois oiço as imperfeições e não gosto. Não que queira que seja perfeito mas gosto de escolher onde é que deve soar mais 'rough'. Assim sei que soa de determinada maneira porque já estava cansada. As musicas que gravei aos bocadinhos estão muito melhores. Mas é assim mesmo. Aprende-se com a experiência.

À noite deu novamente aquela série do John Cleese sobre o rosto humano e aproveitei para gravar. Pelo meio vi o Reversal o Fortune novamente.
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8 de Setembro, domingo
Não gosto do meu aniversário. Se não corre tudo mal, pelo menos não corre tudo bem.
E eu nem tento fazer nada de especial - simplesmente ir ver um filme e lanchar um scone e chazinho, coisa que faço o ano todo, pelo menos uma vez por mês.

Desta vez começou com não conseguir marcar mesa para o restaurante onde queria ir. Hoje é domingo e o restaurante fecha aos domingos.
Já devia saber. Um ano em que quis ir ao La Traviata e fazia anos a uma quarta feira, descobri que aquele restaurante fecha às quartas feiras. E é possível que haja mais casos mas não me lembro.
Aliás, o facto de nunca me lembrar o que aconteceu em anos anteriores é o que faz com que continue a insistir em combinar coisas.

Levantei-me cedo, o que nem custou muito, e descobri que me tinha esquecido de ir ontem entregar um filme ao clube de vídeo. Então, em vez de ir apanhar o barco a horas, fui entregar o filme. Apesar do dia cinzento, estava calor.
Quando voltei para casa estava a suar e fui mudar de roupa.

Quando saí do carro para ir apanhar o barco, descobri que tinha um pingo de lip gloss na t-shirt. Fiquei logo com vontade de voltar para casa. Mas pensei, já combinei com as pessoas, agora tenho que aparecer.

Quando chegámos ao Monumental, estranhamente a horas para levantar os bilhetes, que até foram mais baratos porque a sessão do meio dia e meio é considerada manhã, comecei a pensar, bom, isto equilibra-se. Pode ser que corra tudo bem.
Fui comprar uma camisola nova para subtituir a que se tinha sujado e não voltei a tocar no lip gloss o dia todo.

Quando saí da loja, o meu irmão e a Carla já tinham chegado. E o meu irmão tinha acabado de ter um acidente de mota.
Sentiu a mota derrapar, pensou que fosse por o chão estar escorregadio e desacelerou. Quando voltou a acelerar, a mota derrapou novamente e caiu-lhe em cima. Ele estava um bocado pálido, por isso fomos comer qualquer coisa e sentar um bocado. Passou o dia com dores num pulso e numa costela. Nada agradável.

Mas pronto, pelo menos não morreu ninguém, como aconteceu há uns anos - dois anos seguidos, na verdade.

Depois fomos lanchar. A Carla ofereceu-me um livro sobre a história do vestuário, com moldes e tudo. Agora já posso fazer um vestido à Jane Austen :)
A seguir fomos à FNAC. Comprámos livros do Asterix e bilhetes para o concerto dos Morcheeba, no mesmo camarote onde ficámos para os Radiohead.

Como estava a chover, voltámos para casa em vez de ir passear mais um bocado.
Telefonei aos avós a agradecer as prendas e o Pedro deu-me as dele: 4 DVDs e um scanner.

Depois de mais duas horas de seca, fomos jantar com a família.
A seguir fomos a casa dos meus pais um bocado e acabámos por ficar quase até à meia noite devido à consulta improvisada do meu irmão. Parece que não partiu nada, pelo menos.
Eu já estava a morrer de sono quando fomos finalmente para casa.

Acima de tudo sinto que sou muito pouco importante nos meus aniversários. Acho que as outras pessoas gostam mais disto do que eu. E só acabo por tentar combinar coisas porque isso é esperado, faz parte. Mas nunca me apetece porque já sei que não vai ser propriamente muito divertido. Ou melhor, é um dia incomodativo com alguns highlights. Não é culpa de ninguém. Simplesmente não me sinto bem. Não consigo lidar com mais do que uma pessoa de cada vez.
E acho que estas coisas são para os miúdos. Para o ano fico a dormir.
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9 de Setembro, segunda
Passei o dia a fazer html. As maquetes em que trabalhei a semana passada estão aprovadas e só faltava os templates em html para terminar o projecto.

Continuo a sentir-me um bocado estranha. Há demasiadas coisas que não controlo e estou farta de esperar até poder começar a ver casas.
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12 de Setembro, quinta
Continuo com montes de trabalho. Toda esta semana tem sido preenchida com banners e maquetes. Tenho uma série de projectos em stand-by porque os clientes nunca mais dizem nada e mais uma série de projectos a começar agora. Estranhamente, e ao contrário da maioria dos trabalhadores portugueses, gosto quando tenho muito trabalho. Não tenho tempo para pensar em coisas parvas e enquanto estou à espera de resposta de um projecto posso começar outro. Ajuda a passar o tempo.
Hoje completei mais uma série de banners e uma maquete que tinha começado ontem.

Não aconteceu mais nada de interessante
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13 de Setembro, sexta
Fomos para o escritório.
De manhã estava com alguns problemas de concentração. Tive de fazer um orçamento para actualização de um site. Ainda me faz confusão como alguns clientes esperam que se trabalhe praticamente de graça mas querem coisas que demoram dias a fazer.

À hora de almoço comprei umas coisas fabulosas: uma mala cor de rosa, um bloco de notas com casaquinho (uma capa muito felpuda) também cor de rosa e uma caneta com penas no topo em azul turquesa. Se não me posso vestir à drag queen pelo menos o conteúdo da minha mala pode :)

À tarde fiz mais um conjunto de 4 banners, trabalho que me dá imenso gozo.

A Augusta não apareceu, o que quer dizer que temos nós de limpar a casa este fim de semana.

O Pedro ofereceu-me um livro da Ruth Rendell (algumas das minhas prendas de aniversário chegaram atrasadas e ele está a esticar :)
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14 de Setembro, sábado
O meu irmão acordou-me às oito e meia da manhã a tocar à campaínha.
Era suposto acordar o Pedro mas ele dorme que nem uma pedra e eu é que acordo.
Já não consegui dormir mais. Levantei-me e fui para a sala ler um bocado.
Por volta das onze chegou o meu irmão outra vez. Teve de desistir da aula de Kung Fu porque começou com dores, ainda devido ao acidente de mota.
Conversámos um bocado e fomos todos almoçar ao La Traviata.

À tarde joguei um bocadinho de Sims mas fartei-me depressa e fui ler mais um bocado.

À noite estive com o Pedro a tocar um bocadinho e a tentar avançar nalgumas músicas mas não chegámos muito longe.
O Pedro ofereceu-me o CD da Silje Nergaard, uma cantora de Jazz Norueguesa com uma voz fabulosa.
Depois resolvemos jantar e ver um bocadinho do Monsters Inc. que o meu irmão nos emprestou.
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15 de Setembro, domingo
Ultimamente não ando com grande paciência para escrever o diário. Especialmente porque sinto que não tenho grande coisa a dizer. Passo a semana a trabalhar e como não posso falar dos projectos, sinto-me um bocado parva por estar sempre a dizer 'hoje fiz uma maquete' e mais nada.

Acordei tarde - finalmente! - e fui para a sala. Abri a janela e deitei-me na chaise longue a ler mais um bocadinho do livro da Ruth Rendell enquanto comia uma tigela de cereais. O meu ideal de domingo de manhã :)

Depois resolvi fazer uns screen captures porque tenho aqui uma cassete emprestada há cerca de um mês e tenho que a devolver. Há alguns anos atrás isto causar-me-ia muito mais stress. Agora, continuo a ter um sentimento de obrigação mas já não entro em pânico. Fica feito quando ficar.

Um dos gatinhos das traseiras estava morto no meio do pátio. E como os portões estão fechados, vai lá ficar até amanhã de manhã. Há poucas coisas mais deprimentes do que ver um gatinho de poucos meses morto no meio da rua e nem sequer poder fazer nada.
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16 de Setembro, segunda
Dormi mal e passei o dia cheia de sono.
Mas fui insistindo e acabei por fazer mais ou menos 70% de uma maquete. Ainda me falta material porque o cliente não enviou sequer o logotipo, mas como existe já um site anterior pude tirar material suficiente para o redesign.
Basicamente tive que me ir levantando de vez em quando e dar uma volta pela casa para acordar.
O Pedro ri-se de mim. Diz que é o que dá não beber café. Sim, porque no nosso país parece não passar pela cabeça de ninguém trabalhar um dia inteiro sem beber café. Mas eu sou assim.
Só se for mesmo estritamente necessário é que cedo. Porque se me habituo também já não me serve de nada e ajuda para a retenção de líquidos já eu tenho aos montes.

À noite fiz mais umas actualizações aos sites. Devagarinho vai indo.
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17 de Setembro, terça
Terminei uma maquete de manhã, outra de tarde e passei montes de tempo a fazer orçamentos e a enviar material a clientes. Foi um dia produtivo mas perde-se tanto tempo a escrever mail que parece que se fez menos.
Só consegui sair de frente do computador às sete e meia. Estava cheia de dores nos ombros.

Não consigo encontrar a posição certa à secretária - se chego a cadeira demasiado para baixo, fico à altura certa para o monitor mas baixa demais para o rato ou teclado. Se ajusto a cadeira mais para cima, para ficar à com os cotovelos à altura da mesa, passo imenso tempo inclinada para baixo, para ler notas ou estar mais perto do monitor. No meio disto tudo tenho uma série de nós insolúveis no pescoço e ombros. Já são de estimação.

O Pedro, antes de sair para o Kung Fu, ofereceu-me o Felt Mountain dos Goldfrapp. Esta coisa de ter um caixote com prendas debaixo da secretária dá um certo jeito. I could get used to this :)

Fui-me deitar um bocado a ler o 'Road Rage' e às nove fiz o jantar e fui para a sala ver um filme muito parvo sobre uma sereia. É o que dá ficar a ver a primeira coisa que nos aparece pela frente.

A mãe do Pedro telefonou e avisou-nos que não é boa ideia ir para Setúbal nos próximos dias porque a estrada está toda entupida com camiões por causa da abertura do novo centro comercial, que é suposto ser amanhã. Parece que hoje de manhã não se conseguia sair de Almada.
Também fiquei feliz por saber que o novo gatinho da Luísa parece estar-se a safar e que a Inês se está a dar bem no seu novo emprego.

Continua a chover e a fazer sol espontanea e arbitráriamente. Tenho montes de roupa para lavar mas ainda não me atrevi. Já sei que assim que estender a rouba debaixo de um sol abrasador desata a chover torrencialmente.
Aliás, por volta desta altura do ano começo com a tentação de comprar uma máquina de secar.
Tenho resistido até agora porque estou à espera que a máquina de lavar deixe de funcionar para comprar uma dois-em-um porque não tenho espaço para duas.
Mas enquanto as torradeiras e tostadeiras morrem sem falta no dia em que expira o a garantia, o raio da máquina de lavar, que até foi baratucha, continua a funcionar lindamente ao fim de 4 anos e meio. E não consigo ser tão consumista que seja capaz de a deitar fora só porque me dá mais jeito uma que também seca.
O que quer dizer que vou passar mais um Inverno à espera que as camisolas sequem naturalmente (o que demora uma semana) ou com a ajuda de aquecimentos (o que não ajuda nada a conta da electricidade).
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19 de Setembro, quinta
Foi um dia complicado. Tive que acabar templates de um site, incluindo icones, o que demora sempre algum tempo a fazer. Ao mesmo tempo tive a Augusta a limpar a casa e ainda apareceu o meu irmão.

Acabei de ler o Road Rage e comecei um livro da Margaret Atwood chamado 'The Robber Bride'.
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20 de Setembro, sexta
Banners, de manhã, maquete interna para um site à tarde. O trabalho continua activamente.

As malditas obras na rua continuam. Tive a casa toda a abanar o dia inteiro. Estava até à espera que se partisse algum video, da maneira como estavam a vibrar. Sacanas que nunca mais acabam isto. É a incompetência do costume: tapam de um lado e cavam do outro. Andamos nisto há mais de um mês.

A meio da tarde fui limpar os ouvidos à Michelle. Ela sempre teve problemas com os ouvidos mas há uns meses a vet descobriu que ela tem um pólipo no ouvido direito e é a causa das suas muitas otites.
Resolvi levá-la ao vet para ver como é que aquilo está.
Quando lá chegámos ouvimos miar. A senhora que chegou depois de nós foi-me mostrar o que era: 7 gatos com cerca de duas semanas. Aparentemente atirados para um contentor de lixo. Como é que as pessoas podem ser tão estúpidas. No mínimo podiam levar os gatinhos ao veterinário para serem adoptadoes ou pelo menos para morrerem pacíficamente. Assim é absolutamente cruel.

Acabámos por nos oferecer para trazer dois: as únicas gatas. A mais pequenina acabou de abrir os olhos. São completamente adoráveis mas muito frágeis.
Agora temos que as alimentar de duas em duas horas e mantê-las quentinhas.
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21 de Setembro, sábado
Este foi um dos dias mais horríveis dos últimos anos.
Acordei às seis da manhã. Não conseguia voltara aadormecer. Às 8 acordaram as gatas e tentei dar-lhes leite mas não quiseram.

Reparei que estavam um bocado frias por isso colocámos as gatas em cima da nós, na cama.
Às nove levantei-me, preparei leite novo e voltei a tentar. Continuaram sem querem comer. Por esta altura comecei a achar estranho, especialmente porque a pequenina não se estava a mexer muito.
Às dez e meia agarrei nela e levei-a ao veterinário. Já não fui a tempo. Morreu.
Depois de todos os ataques de sentimentos de culpa possíveis, e apesar do vet dizer que não havia nada que eu pudesse ter feito, outro gato da mesma ninhada morreu durante a manhã.

Levámos a gatinha mais velha para lá para ficar sob observação. Porque apesar de ter um comportamento mais normal também não quis comer e não quero arriscar nada.

Às quatro e meia liguei para lá e disseram-me que já tinha comido mas querem mesmo ficar com ela lá mais um dia ou dois.

Escusado será dizer que tudo isto foi um grande choque. Não consigo evitar pensar que se calhar os bichos apanharam frio durante a noite (apesar do saco de água quente e da toalha termica/absorvente que nos deram no vet), e que a culpa foi minha, de alguma forma, mesmo com todas as provas em contrário. O Pedro tenta dizer-me que a culpa é dos sacanas que se livraram dos bichos e que nós fizemos o que pudemos, mas é difícil para mim aceitar que não havia nada a fazer.

Entretanto ando a considerar a hipótese de trazer outro. Por um lado acho que não porque isso seria quase dizer que o bichinho é facilmente substituível, o que não é verdade. Por outro lado se pudesse trazia todos e já que não pude fazer nada por aquela, poderei eventualmente ajudar outro gatinho.
Isto se as coisas não continuarem a correr mal, claro. Porque com a minha sorte têm todos uma doesnça qualquer infecciosa e ou morrem todos ou não os posso trazer porque corria o risco de infectar as que já vivem cá em casa. Com a minha sorte ainda acaba mesmo por acontecer algo assim.
Mas continuo com esperança que não. Que qualquer coisa no meio disto tudo ainda corra bem.

Como não conseguia concentrar-me em nada e precisava de parar de pensar nisto tudo durante um bocado, fui alugar uns filmes.
Sentei-me na sala com o tapete de arraiolos e o 'Zoolander' que, sendo um filme parvo, tem mais piada doq ue eu estava à espera. Provavelmente pela temática. Porque no fundo não há nada mais ridículo do que o 'mundo da moda'.
Foi o que eu estava a precisar. Não cura mas ajuda. Especialmente para pessoas como eu que não dependem de drogas ou alcool nestas alturas.

Ao fim do dia, para compensar por todo o desastre, o Pedro ofereceu-me o 'Rainbow Children' do Prince.

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22 de Setembro, domingo
Continuei a fazer o tapete de arraiolos (ou melhor, a desfazer porque mudei de ideias sobre o desenho) e vi o filme 'Small Time Crooks' do Woody Allen. Tem coisas giras mas a história em si não é muito interessante. Começa bem e depois perde-se um bocado.

Os meus sogros passaram por cá e trouxeram umas caninhas de bambu numa jarra de vidro muito gira, já com pedras decorativas e tudo. O pormenor é tudo :)

Só amanhã é que vou saber alguma coisa da gata porque hoje o vet fecha às duas da tarde e não quis estara a chateá-los logo de manhã :P

No meio disto tudo não queria dizer nada a ninguém. Acho que já estava à espera que acontecesse qualquer coisa deste estilo e não queria passar os próximos meses a explicar a toda a gente o que se passou. Já é suficientemente complicado pensar nisso sem desatar a chorar, quanto mais ter que contar a história a outras pessoas. Mas o Pedro, com todo o seu optimismo, não resistiu a contar a toda a gente, por fotos no site, etc. Enfim.
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23 de Setembro, segunda
Recebi, logo de manhã, uma cartinha da McCann a ameaçar que se não retiro rapidamente do portfolio o material que fiz enquanto trabalhava para eles, eles atiçam-me os advogados.
Como é obvio, não estou minimamente interessada em aborrecer ninguém, por isso retirei o material. Mas acho curioso como é que é possível acusarem-me de violação de copyright de maquetes que eu fiz. É uma autênctica perversão do termo.
Especialmente porque no meu contrato não vem referida nenhuma clausula de confidencialidade nem nunca me foi mencionado, nem enquanto estive lá nem quando saí, que não podia divulgar o trabalho que efectuei enquanto estive na empresa.
O Pedro apontou uma referência a um 'Contrato Geral de Trabalho' que poderá ser um documento interno da empresa que menciona esses pontos mas que nunca me foi mostrado.

Mas é estranho porque na minha entrevista mostrei-lhes o meu portfolio online. Por isso sabiam que eu tinha um site onde colocava os trabalhos que ia fazendo. Serndo assim, e se é política da empresa não deixar que os seus empregados divulguem o trabalho que efectuam para a empresa ou os seus clientes, podiam ter dito qualquer coisa. Eu nunca iria contra esse pedido.
Como disse no início, não quero chatear ninguém.

Tudo bem. Até entendo que não queiram que o nome dos clientes se encontre associado a entidades exteriores à empresa, mas sempre tive o cuidado de dizer que era trabalho efectuado paraa MacCann.

Acho que só não me incomoda porque sinto que já cresci para além daquele trabalho. Que aquelas maquetes já não representam o que faço agora. Serviram para evoluír, para aprender muita coisa e foi uma boa experiência de trabalho, mas também já não precisam de estar no portfolio. Tenho bastantes exemplos posteriores e muitos mais para colocar assim que os sites se encontrem online.

Mas ainda vou consultar um advogado sobre esta história toda, por mera curiosidade. Gosto de me manter informada sobre os meus direitos.

Mas o desagradável desta situação foi rapidamente obliterado pela descoberta de que a gatinha preta também morreu. Assim como dois dos outro gatos. De sete já só sobram 3. E se for devido a algo infeccioso, é natural que mesmo esses não durem muito mais.
Nestas alturas odeio viver neste país. Não há recursos para nada. Não têm laboratórios para fazer análises e descobrir o que se passa e a boa vontade não serve de nada nestes casos.
Aliás, foi a mesma coisa com o ouvido da Michelle: a conversa é que pode ser operada mas não há ninguém em Portugal que saiba fazer esse tipo de operações bem. Ou seja, era estar a submeter o bicho a um grande trauma para nada porque passados uns meses estava na mesma.
Já com o tumor da Amarela foi a mesma coisa - foi preciso enviar o tecido para Espanha para ser diagnosticado convenientemente porque cá ninguém faz isso bem. É uma tristeza.

E pronto. Estou triste. Sinto-me completamente inútil e impotente.
As coisas más têm uma certa tendência para se agrupar num curto espaço de tempo piorando o impacto emocional de cada. É por fases. Só espero que esta passe depressa porque não sei se aguento muito mais disto.
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24 de Setembro, terça
Depois de mais um dia cheio de trabalho, fui ter com a Carla a Lisboa porque ela faz hoje 30 anos.
Parabéns Carla!

Fomos ao Haagen Dazs com a Teresa e depois demos uma volta na Fnac onde comprei uns livros do Asterix.
Ofereci à Carla o DVD do Pride and Prejudice e um bilhete para o concerto dos Morcheeba, que é daqui a um mês.
Ela tinha umas notícias interessantes e espero que corra tudo bem.
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25 de Setembro, quarta
Mais um dia de trabalho intenso.

Parece que estão finalmente a alcatroar a rua. Pode ser que se despachem. Já estou farta de acordar com o barulho de máquinas na rua e com a casa a abanar com as vibrações.

Passei todo o dia a pensar nos gatinhos. Às cinco resolvi ligar para o vet a saber se tinha sobrevivido algum. Só um, dos mais novinhos.
Ou seja, aqueles que pareciam já estar safos acabaram por morrer todos. E disseram-me que entretanto alguém foi lá levar mais dois...
como já tinha tomado a decisão de ficar com dois e afinal não sobreviveram. resolvi ir lá espreitar para ver se podia fazer alguma coisa pelo que sobrou. É muito parecido com a Michelle mas, sendo gato, tem só duas cores em vez de três.
Afinal um dos outros já tinha sido dado (apesar de ainda lá estar) mas tinham lá uma gatinha com 3 meses, amarela, que não resisti a trazer.
Como já tem três meses fez logo o teste da leucose e da IDF e como deu negativo, fez as vacinas e o Program.
Veio na caixa de transporte e o gatinho de duas semanas e veio veio enrolado num pano, na mão.
Perguntei específicamente quais as hipótese que ele tem. A resposta é 'não sabemos'. Por um lado já sobreviveu mais dia e meio que os outros, por outro lado é mau sinal o facto de não ter sobrevivido mais nenhum. É esperar para ver.
Mas entretanto acho que merece estar calmamente em casa com vigilância 24 horas do que enfiado numa gaiola com pessoas a ir espreitar de vez em quando, quando têm tempo.
Avisaram-me que ele faz muito barulho (porque há pessoas a quem essas coisas incomodam, aparentemente), e realmente veio a miar o caminho todo. Mas passadas umas horas de colo e saco de água quente, ficou calmo.
È um gatinho muito activo, o que é bom sinal. Agora que consigo comparar comportamentos vejo que as outras estavam um bocado apáyicas demais, logo desde o início. Este já tem quase todos os comportamentos normais que seria de supor. Não fica logo quietinho quando o pomos no cesto, tenta sair, quer companhia. Enfim. Não tenho muitas ilusões mas pode ser que se aguente. Entretanto, chama-se Jones. Ou Jonesy, como o gato do Alien - definição do Pedro: o gato que se safa.

Entretanto a Ginger (o que lhe resolvemos chamar, pode ser temporário) parece bem. Adoptou uma mantinha de lã como cama e não sai dali. Ronrona assim que lhe pomos a mão em cima e é muito simpática.

Vamos lá ver como é que as outras lidam com a situação.

Esta noite não vamos dormir grande coisa porque com as quedas de temperatura durante a noite e a mania que os gatos têm de sair da zona quentinha, temos que ter cuidado.
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26 de Setembro, quinta
Dormi muito mal. Mas o Jones continua aparentemente bem. Come bem, está activo, etc.

Durante o dia esteve ao pé de nós, no cstinho, com paragens de duas em duas horas para comer.
A Ginger não quis sair da sala. Quando a levei para o escritório para estar ao pé de nós, desatou a miar e só descansou quando voltou ao sofá e à sua mantinha.

As outras fizeram algumas viagens para ver o que se passa mas mantêm a sua distência. Segundo uma coisa que li sobre introduzir novos gatos numa casa, o período de habituação pode demorar até 12 dias.

A meio da tarde a Ginger começou com diarreia. Pode ser do leite para gatos, que retirámos imediatamente, ou pode ser só da mudança de ambiente e do stress. Mas ao fim do dia já tinha começado a normalizar, por isso não me parece que seja preocupante.

Por estranho que pareça, e apesar do cansaço e todo este movimento, consegui trabalhar. Terminei um trabalho de banners e outro de templates para um site e ainda adiantei um bocado da renovação da Serranofil.

Ao fim da tarde apareceu o meu irmão, seguido da minha mãe. Estiveram cá um bocado.
A minha mãe não resistiu a fazer os comentários que eu já esperava, tipo 'então isto agora é o gatil de Almada?' e 'afinal quantos gatos é que vocês têm?'. Dentro do espírito do telefonema anterior que era do tom de 'mas porqueraio é que estás sempre a meter-te nestas coisas?'. Não esperava outra coisa uma vez que vivo rodeada de pessoas que têm a mania que sabem o que é melhor para mim, mas irrita-me na mesma.

Gosto de gatos. Se pudesse trazia-os todos para casa. Não posso fazer isso mas posso fazer algumas coisas. Posso trazer alguns gatinhos rafeiros para casa e tratar deles. A mais velha já tem 13 anos, já sobreviveu a uma pneumonia e a um tumor mamário. Continua feliz e de boa saúde. Isso faz-me feliz. Ninguém tem que entender mas também não aceito que critiquem. A vida é minha, trabalho, ganho dinheiro suficiente para sustentar a mim e aos gatos e isto é importante para mim. Mesmo quando corre mal. As experiências de vida muitas vezes deixam cicatrizes. Aprendemos a viver com elas.
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27 de Setembro, sexta
A Ginger vomitou durante a noite. Já não tem diarreia mas o sistema digestivo continua a não funcionar muito bem.
Vamos lá ver se normaliza durante o dia de hoje, senão tenho que a levar ao vet.

Esta noite as coisas foram mais controladas. Colocámos o despertador para as quatro e meia da manhã, altura em que mudámos a água da botija do Jonesy, e para as sete e meia, quando lhe demos a primeira refeição do dia.

Mais uma noite sem problemas e com mais umas horinhas de sono.

Às nove e meia o Jonesy comeu novamente. Desta vez estava mais acordado e muito mais interessado no leitinho. O Pedro pesou-o ontem - tem pouco mais de 200 gramas. Agora temos que ir verificando o peso diariamente para ver se está a evoluir normalmente.
Mas neste momento já acredito mais que vai correr tudo bem. Pelo menos até se poder verificar se tem alguma daquelas doenças mais problemáticas, o que é só às 8 semanas.

E pronto, agora são horas de começar a trabalhar. Isto de levantar cedo é estranho :)

A meio da tarde, qundo lhe estava a dar o leitinho, o Jones espirrou. Como há o risco de uma série de coisas - entrar leite para os pulmões, coriza, etc, levei-o imediatamente à vet que auscultando não ouviu nada e apenas receitou gotas para os olhos.
Mas prefiro entrar em pânico facilmente do que deixá-lo ficar doente por não ter feito nada.
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28 de Setembro, sábado
Quando acordámos, às cinco da manhã, o Jones estava a fazer ruído a respirar. Estava até a apitar. Era o que temíamos. Os olhos ramelosos estão geralmente associados a doenças respiratórias e começou finalmente a manifestar-se.
Quando fui ver a Ginger, tinha os olhos a chorar e espirrou umas quantas vezes.
Entrámos em pânico e fomos acordar o vet às 7 da manhã. Mas ainda bem porque lhe deu logo antibiótico. Um dos pulmões está com menor circulação de ar e nota-se uma dificuldade nítida a respirar. A Ginger também está doente e a tomar antibiótico mas só de 24 em 24 horas e em comprimido. Passou a tarde toda mole e quando voltámos ao vet à noite estava com 40 de febre.

Ou seja, passei o dia todo com tanta dificuldade em respirar como os gatos, num intenso estado de ansiedade. Isto associado à falta de sono - porque a partir das cinco da manhã já não dormimos mais, claro - fez com que este fosse um dos piores dias da minha vida.
A única coisa que me fez ser algo optimista foi o facto do Jones não perder o apetite e continuar muito activo, apesar de tudo.
O tratamento gatal passou então ao seguinte:
Ginger - antibiótico a cada 24 horas; Cloricil - 1 gota em cada olho a cada 4 horas; Tentar tirar-lhe a temperatura (good bloody luck!) para verificar se continua com febre.
Jones - antibiótico injectável a cada 12 horas durante 5 dias; Cloricil - 1 gota em cada olho a cada 4 horas; 3 gotas broncodilatadoras a cada 6 horas; respirar vapor durante 10 minutos a cada 5 horas (luta infernal); encher o saco de água quente a cada 8 horas mais ou menos; alimentá-lo a biberon a cada 2 ou 3 horas, fervendo o biberon entre refeições.
O que dá, portanto, um dia bastante ocupado.

Por volta das 3 e meia adormeci mas acordei às 4 com um telefonema do Pedro. Hoje devíamos ter ido a casa dos meus sogros para a apresentação formal das Memórias do Artur, mas só o Pedro é que pode ir. Fico triste mas realmente não era possível nem deixar o gato nem levá-lo connosco. Aliás, nas próximas cinco semanas, se ele sobreviver, não vai ser possível ir a lado nenhum.

Por um lado fico deprimida e não consigo evitar pensar que é preciso ter azar. Por outro lado penso que o pensamento anterior é extraordinariamente egoísta, que já sabia no que me estava a meter e que pelo menos cá em casa, com os cuidadinhos todos e vigilância 24 horas por dia, o bicho tem algumas hipóteses de se safar. E se não, pelo menos fizemos todos os possíveis.
Não deixa de ser deprimente.
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29 de Setembro, domingo
Voltámos ao vet às 11 da manhã. O Jones aguentou-se bem durante a noite mas continua a fazer barulho a respirar. E não gosta nada de respirar o vapor.

A Ginger continua um bocado mole. Levou mais uma injecção para a febre mas em menor quantidade. Tinha 39,6.

Autorizaram-nos a juntar os gatos, para os podermos vigiar ao mesmo tempo, o que é optimo porque assim não precisamos de estar os dois a tratar deles. Fiquei eu no ninho enquanto o Pedro foi às compras, etc.

O Jones começou a comer comida sólida - ração embebida em água. Primeiro foi preciso dar à mão mas à noite já comia do prato. Ficou com uma barriga enorme, completamente inchado. Até fiquei assustada quando o vi assim. Parecia ter dois estômados. Resolvemos pesá-lo e estava com 240 gramas - contra as 210 de quarta feira. Portanto dá para ver a quantidade de comida que ele conseguiu engolir.
Voltámos ao vet às dez e meia e parece estar tudo a correr bem. Já não é preciso dar mais o brondilatador. Agora é só o antibiótico e as gotas para os olhos. Temos é que manter um olho na Ginger que parece mais mole e que foi a única a ter febre.

Entretanto o Jones está tão activo que tivemos que o mudar do cesto para uma caixa mais alta. Mesmo assim acho que ele consegue sair porque já salta.

É incrível aquilo que um bichinho com 200 gramas e 3 semanas de vida muda de um dia para o outro.

O Pedro deixou-me ir dormir um bocado Por volta das dez da noite. Acordou-me a meia noite e novamente às duas. às duas estava completamente pedrada. Não tinha a mínima noção de onde estava nem o que é que se passava. Foi muito estranho porque normalmente acordo logo. Acho que nunca tinha estado tão cansada.
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30 de Setembro, segunda
Parece que os gatinhos estão safos.
O Jones não para quieto, farta-se de comer, mia até lhe pegar ao colo, volta a comer e dorme um bocadinho. Durante esse intervalo vou trabalhando, até ele acordar e repetir tudo.
Mesmo assim, com todas estas interrupções, consegui ir fazendo qualquer coisa. Especialmente porque nem parei para almoçar, limitando-me a comer um iogurte. Ou seja, já perdi um quilo com esta brincadeira. Mas ainda bem porque foi o quilinho que tinha ganho quando parei a dieta. Always look on the bright side of life :)

De manhã levei-o ao vet sozinha porque o Pedro teve que ir fazer uma ecografia à perna, que mostrou que não tem nada. Pelo menos não tem uma ruptura, o que já é bom.

Jantei cedo mas não sem esforço - fui fazer o jantar calmamente mas quando me preparava para comer estava na hora do Clorocil e com os gatos completamente acordados, com fome, a precisar de mudar a água quente do saco, etc, só passada quase uma hora é que consegui efectivamente comer. Mas tudo bem. O que interessa é que todo este esforço não foi em vão.

Depois do vet, o Pedro esteve a brincar com a Ginger. A Scully também estava interessada no brinquedo e curiosa com a nova gata mas não muito à vontade. Vamos fazendo uma introdução gradual, deixá-las perceber que já não estão sozinhas sem se sentirem ameaçadas. Até agora não houve patada, por isso não está a correr mal.

E o Jones usou pela primeira vez o caixote. Está a desenvolver-se com uma rapidez fenomenal.
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