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diário :: Novembro 2002
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1 de Novembro, sexta
Vi dois filmes hoje - Curtain Call e Wit.
O primeiro não é nada de especial e o segundo é um drama sobre uma mulher com cancro. Gostei principalmente por ser com a Emma Thompson, e porque a personagem fala directamente com a câmara, o que faz uma grande diferença num filme deste estilo. É muito pouco lamechas e consegue retratar bastante bem aquilo que passará eventualmente pela cabeça de uma pessoa nestas condições. O retrato dos médicos é simplista mas acaba por fazer um certo sentido porque estamos a ver as coisas pelos olhos da personagem.

À noite fomos jantar com a família do Pedro.
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2 de Novembro, sábado
À hora de almoço resolvemos ir experimentar os novos cinemas do Fórum Almada. Fomos ver o Signs.
Depois de uma volta de quase 20 minutos para conseguir encontrar um multibanco (essa parte está muito mal organizada), fomos ver o Signs.
No geral foi uma experiência feliz. O filme é mesmo muito bom. Não sabia grande coisa sobre o filme e por isso não tinha grandes espectativas. Acaba por ser aquilo que o genérico anuncia através da música - um filme de suspense a la Hitchcock. Não pela temática mas pela forma como está filmado e pela maneira como sugere mais do que mostra (não há nada mais assustador do que uma porta por abrir). Não há dúvida que vou continuar a ver os filmes deste realizador.
Quanto ao cinema, as salas são excelentes, com um ecran grande e o facto de não ter lugares marcados pode ser compensado indo à sessão da 1 da tarde que está quase vazia. Como ainda por cima gosto de me sentar mais à frente, duvido que vá ter problemas. Não consigo perceber de onde vem a mania que o cinema só é bom nos últimos lugares da sala. Pessoalmente, prefiro não ter ninguém à frente.

À noite fomos jantar a casa do meu irmão, com o Paco, a Joana, o Careca e a Patrícia. O novo bar do Careca parece que está a ir bem. E demos finalmente ao Paco e à Joana uma moldura com fotos do Miguel bebé e da Catarina, tiradas em Melides há uns anos. Já nem reconheciam o próprio filho na foto :)
O meu irmão cozinhou umas lasagnas muito boas, apesar de ligeiramente salgadas, e a noite foi passada agradavelmente na conversa. Pelo menos até eu ficar cheia de sono. Estou a ficar velha...
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3 de Novembro, domingo
Não fiz absolutamente nada hoje. Ando a sentir-me pouco eu.
Não vejo razão para me esforçar. Mais vale não pensar nisso e passar o dia a ver televisão e fazer ponto cruz.
Quando nem me dou ao trabalho de lavar roupa ao fim de semana, é geralmente mau sinal.

A minha personalidade normal é uma de stress constante. Divido tudo em pequenas tarefas que têm de ser terminadas para poder passar para a seguinte. Não posso dizer que me divirta muito com isso mas, pelomenos, fico com um certo sentimento de utilidade e de ter usado bem o tempo.
Ultimamente, porém, não consigo ver razão para me andar a cansar com coisas que dão mais trabalho do que gozo. Fazer algo apenas pelo desafio deixou de valer a pena. Sei que estou a entrar num esquema bastante auto-destrutivo mas neste momento não me preocupo com isso. E no entanto consigo ver-me a fazer as coisas bem - ter a casa arrumadinha, trabalhar nas músicas, comer correctamente, fazer exercício - mas sinto que isso são devaneios que nunca vão ter espaço para emergir no meu estado de espírito actual.
Mas não estou deprimida. Não me sinto triste. Acho que estou só a desistir. Sinto que já não vale a pena esforçar-me e que já não tenho energia para isso. Parece-me um bocado crise de meia idade mas nem isso me preocupa ou me dá uma vontade renovada de mudar.
Acima de tudo acho que entrei em modo de espera. Espero pelo resultado das análises do Jones, espero que acabem os cinco anos para puder mudar de casa, espero que o Pedro ultrapasse os seus problemas de comunicação e comece finalmente a conseguir falar comigo. Enfim. Sinto que passo a vida à espera de coisas que nunca mais acontecem e fico sem paciência para tudo o resto.

Normalmente, por esta altura do ano, estou toda lançada para ir comprar prendas de Natal e montar a árvore, etc.
Este ano, nem quero saber. Não consigo ficar entusiamada com a ideia.

Epronto, passaram 3 dias que não aproveitei e continuo a sentir-me cansada e, acima de tudo, farta. Como é que se recupera o interesse pelas coisas simples?
Se bem que, no meu caso, será mais de perguntar como é que se aprende a gostar do tempo que se passa acordado. No fundo só estou bem quando estou a dormir.
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4 de Novembro, segunda
De volta às milhentas horas passadas em frente ao computador. Sempre vai aparecendo algo para fazer mas não o suficiente para compensar o tempo que tenho de passar sentada a apanhar com radiação.

Para além disso acho que se passa qualquer coisa com o meu olho direito. Passoa vida a verificar se não coloquei a lente ao contrário poque tenho constantemente a sensação de corpo estranho. Tenho de falar com a minha mãe sobre isto.
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5 de Novembro, terça
Mais um dia apenas semi-preenchido.
Fiz uns banners animados e atendi muitos telefonemas.

À tarde fui com o Pedro ao Parque das Nações buscar um documento e quando voltámos fui ter com a minha mãe ao consultório para ela ver o que se passa com o meu olho. Aparentemente começou como uma alergia mas entretanto piorou para uma conjuntivite. Ou seja, eu pensava que ia sair de lá com umas gotinhas e afinal tenho de ir comprar 3 coisas diferentes e fazer um tratamento de 5 dias.

Mas as notícias que recebi depois compensam esse pequeno incómodo - telefonaram do vet a dizer que as análises do Jones voltaram negativas. Ou seja, é um gatinho saudável e já se pode misturar com as outras gatas à vontade, sem perigo de contágio.
Ainda na noite anterior tinha sonhado com isso mas com o pessimismo que me é característico, no sonho dava tudo positivo. Que é o que me preocupava, obviamente. Porque nesse caso não sei como é que iriamos conseguir impedi-lo de infectar as gatas. Mas pronto. Já não tenho que me preocupar com isso. Parece que o Jones é mesmo um sobrevivente.

Entretanto estamos ainda a tratar-lhe os ácaros dos ouvidos e já fez a primeira desparazitação sem efeitos adversos.
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8 de Novembro, sexta
À hora de almoço fomos ao cc comprar uns estores japoneses para o nosso escritório porque a luz ao fim do dia faz imenso reflexo nos monitores. A opção tem sido fechar os estores da varanda mas fica demasiado escuro.
Tivemos alguma dificuldade em encontrar o tamanho correcto e acabáos por optar por um maior e outro mais pequeno. Até nem fica muito mal e permite abrir apenas um dos lados, o que é optimo.
Acabámos por almoçar lá, na Portugália, antes de voltar para casa e retomar o trabalho.
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9 de Novembro, sábado
Fomos ver o Minority Report. Estava um bocada queimada com o Spielberg desde o AI mas toda a gente dizia que este era giro e resolvemos arriscar. Realmente não é mau mas também não é fabuloso. É muito longo para uma história tão simples e acaba por ser previsível. Mas pronto, eu cresci com policiais, por isso não é muito dificil chegar ao whodunnit.
Mas tem pormenores com piada. O AI também tinha pormenores com piada mas a monopolização sentimentalista irritou-me profundamente.

Depois do filme fomos às compras. Foi um bocado pesadelo. Aquilo ao fim de semana enche mesmo e há pessoas que vão para ali passear - e não estou a falar do centro comercial estou mesmo a falar do supermercado. Que sentido faz ir passear para um supermercado?
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10 de Novembro, domingo
Os domingos são geralmente dias de preguiça. Saimos ao sábado e no domingo ficamos em casa a vegetar.
Acabei de ler o Robber Bride, de que gostei imenso, e comecei o livro 'A Judgement in Stone' da Ruth Rendell. Um pequenino antes de me atirar a outro grande.
Só ao domingo é que me dou ao luxo de passar um bocado a ler, durante o dia. Duarnte o resto da semana só leio um bocadinho à noite, antes de dormir. Acabo por demorar muito mais tempo a acabar um livro.

Ainda tentei trabalhar um bocado nas músicas mas não estava inspirada. Estou a lutar com uma que nunca mais encaixa. Soa bem mas tem de ser mais desenvolvida.
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11 de Novembro, segunda
Pensava que não ia ter muito que fazer hoje mas o trabalho foi aparecendo.

Hoje chegou o DVD do Lord of the Rings. É bom e mau - bom porque já estava na altura e mau porque o Episode II devia ter chegado primeiro. Espero que não seja mais um daqueles que desaparece misteriosamente pelo caminho.

Mas não era bem o que eu esperava: pensava que esta edição tinha 1 dvd com o filme normal, 1 com a extended version e dois de extras, incluindo um bocadinho do novo filme. Afinal tem apenas a extended version partida em dois discos e os extras, sem nada do filme novo. Ou seja, não tem a versão de cinema e é preciso mudar de cd a meio do filme. É um bocado seca, se bem que duvido que alguma vez vá ver 4 horas de filme de seguida, mas enfim. É só por não ser o que estava à espera, o que é sempre chato e um dos riscos de comprar coisas online.
Comecei a ver os extras, à noite. Acho que ainda é um daqueles filmes que vou ver muitas vezes. Não tem nada que me irrite, o que é raro.

O Jones começou hoje a segunda dose de desparasitante.
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12 de Novembro, terça
Dormi mal. O Jones insistia que só estava bem a dormir em cima da minha cabeça ou no pescoço. E como já tem quase um quilo, não é propriamente agradável. Experimentem tentar dormir com um saco de açucar na garganta a ver se conseguem. E cada vez que o tirava de cima de mim ele começava à dentada. A brincar, claro, e porque tem dentinhos a nascer morde em tudo. Ou seja, continuo a não ter umas noites muito descansadas. E como está a ficar muito frio, não temos coragem de fechar os gatos an cozinha...

De manhã estendi roupa e esteve bom tempo o dia todo.
Passei o dia a fazer orçamentos.
Quando consegui finalmente levantar-me da cadeira, por volta das seis e meia, para recolher a roupa, estava a chover torrencialmente. Ou seja, sempre vou ter secar tudo no aquecedor. Típico.
Quem gostou foram as gatas que se reuniram à volta do aquecimento :)

À noite estive a ver o primeiro CD de extras do Lord of the Rings enquanto fazia ponto cruz. Quando o Jones deixava, claro.
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13 de Novembro, quarta
À hora de almoço estive a gravar umas ideias para uma música que não gosto. Gosto do refrão mas o resto parece que vai sempre dar a música techno, o que não era a minha intenção inicial. As músicas, às vezes, parecem ter vida própria.
Anyways, cheguei ao fim do dia e voltei a ouvir o que tinha gravado. Não valia nada. Apaguei tudo e vou ter de começar de novo.
De repente tudo o que tinha gravado lembrava-me músicas dos anos oitenta - uma parte lembrava uma música dos Depeche Mode, outra uma música dos Marillian - de que nunca gostei, ainda por cima.
Ainda no outro dia o Pedro começou a tocar o solo do Stairway to Heaven por cima do refrão de outra musica.
Aparentemente estou sempre a escrever sucessos. Infelizmente são é de outras pessoas :)
É claro que isso não quer dizer nada - a mesma progressão de acordes pode ser utilizada em 500 músicas diferentes. É apenas a base. Aliás, os acordes são limitados, as escalas também. Só que quando se ouve e lembra qualquer coisa, é difícil deixar de pensar nisso e desenvolver a música naturalmente. Mais vale apagar e começar de novo.

À noite jantámos e vimos um bocadinho do Lord of the Rings, extended version. Realmente muitas daquelas cenas só foram cortadas porque o filme ficava grande demais. O que quer dizer que continua giro com as cenas extra. Tem mais pormenor. E eu sempre achei que o filme desenvolvia demasiado depressa.
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15 de Novembro, sexta
Hoje fartei-me e fui aos correios queixar-me. O ano passado, por esta altura, fiquei sem duas encomendas da Blackstar - a colecção de cassetes do Eddie Izzard e o DVD da Bridget Jones. A Blackstar substituiu mas isso não muda o facto de que alguém nos correios ficou com as encomendas.

Este ano está a ser pior. O Episode II que foi enviado dia 5 não chegou, apesar do Lord of the Rings, enviado 2 dias mais tarde ter chegado (deve ter sido o dia de folga do sacana). Mas a encomenda da Amazon com o novo album da Tori e respectivo single também já está atrasada.
Para além disso, o meu irmão, enquanto viveu em Lisboa, sempre recebeu bem as encomendas. Mudou-se para Almada e nunca mais viu nenhuma - já desapareceram 4, incluindo a cópia dele do Lord of the Rings e do Episode II. Ou seja, poderia ser qualquer pessoa desde o aeroporto até à estação local mas pela quantidade parece que é um problema de Almada.
Como eles contratam pessoas por 3 meses, especialmente nesta altura do ano em que há mais trabalho por causa do Natal, está-se mesmo a ver que há um sacana qualquer a meter ao bolso os pacotes que lhe interessam.
Acho isto absolutamente nojento, por isso fui reclamar. O tipo responsável pelos pacotes anotou os meus dados e disse que ficava de olho mas é mesmo o tipo de coisa para não dar em nada. Agora vou fazer uma reclamação oficial e se não der em nada acho que tenho mesmo que ir à Polícia. Não podem andar a roubar-me o correio desta forma. Estou absolutamente furiosa. Só gostava de saber quem é o tipo para lhe dar uma gradessíssima tareia.

Ainda por cima já tenho mais encomendas a caminho e não posso fazer nada.
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16 de Novembro, sábado
Dia de limpezas.
Mais para a tarde estive a trabalhar na música do costume e acho que consegui finalmente. Agora é com o Pedro.
Mas estão todas na fase de mistura. Nunca mais chega a parte de gravar a voz que é o que eu gosto mais de fazer. Enfim. Para ficar bem é preciso ter paciência.
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17 de Novembro, domingo
Tive um dia ocupado.
Fomos ao cc fazer compras. Conseguimos finalmente começar as compras de Natal. Detesto a ideia de perder um domingo num centro comercial mas, infelizmente, durante a semana não tenho tempo, por isso tem de ser.
Para além das prendas de Natal há gente a fazer anos este mês, por isso temos que pensar em duplicado. Mas tudo bem.

Ainda comprei umas camisolinhas, mas nada de especial. O Pedro comprou um volante para os jogos de carros e um Joy stick todo cromo que queimou assim que ele o ligou e foi preciso ir lá trocar.
Era suposto ter ido comprar calças porque as que tem, para além de velhas, já não lhe servem, mas recusou-se. Entrou nas lojas mas não quis ir experimentar a roupa.

Comprei a edição limitada do disco da Tori porque já não acredito que a ecomenda da Amazon chegue. Assim pelo menos tenho a certeza de ficar com uma cópia antes que desapareça. Aliás, se as coisas continuam assim, tenho de desistir das compras online, o que é uma seca monumental (ver sexta feira para pormenores).

Ainda passámos por casa dos meus sogros que tinham acabado de chegar da Suiça. Trouxeram-nos uma caixinha de chocolates, claro.

Passámos a noite a brincar com as coisas novas, tipo Natal antecipado, e estive a embrulhar as prendas. A árvore é que continua por montar. Especialmente porque o Pedro gosta muito das luzinhas mas nunca ajuda.
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18 de Novembro, segunda
Continuam os dias preenchidos.
Fartámo-nos da TVcabo, especialmente por causa da Internet que é extraordinariamente lenta, a ligação está sempre em baixo e os custos extra são um roubo. Por isso mudámos para a concorrência. Vieram hoje instalar a ligação.
Mais uns furinhos nas paredes e mais uns cabos, mas até não foi muito mau porque usaram, em grande parte, as ligações que já existiam.

De tarde comecei uma nova maquete porque a primeira versão não estava a funcionar muito bem. Ou seja, era simples demais. Hoje em dia ninguém gosta de simples. Só eu.

Por volta das sete larguei o trabalho e fui tirar roupa da corda, etc. O meu segundo emprego :)
Telefonei à Carla e depois estive a acabar de secar toupa com o secador, enquanto via uma cassete do Eddie Izzard.
O Pedro fez novamente castanhas mas desta vez não se cortou.
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19 de Novembro, terça
De manhã vieram entregar as máquinas de exercício que comprámos no domingo.

Estivea trabalhar até às oito da noite porque estive a trabalhar sem a informação toda, o que é sempre bom - e estive a refazer a maquete after hours porque o prazo começa a ser curto.

Depois disso ainda fomos montar as máquinas. A passadeira foi uma dor de cabeça. Foi baratinha e é super reles - foi mesmo só porque sim - e então as coisas tinham tendênia para não encaixar muito bem. Enfim. Acabámos por conseguir. Ficámos com a casa cheia. Agora temos mesmo que mudar para uma maior :)
Mas já posso andar ou correr sem sair de casa, o que é um grande alívio porque detesto sair de casa e é o único exercício que ainda admito fazer porque é o único que me parece natural sem me ficar a doer tudo no dia seguinte.

O Jones continua uma fera em formação. Tem momentos de gato mimado em que vem vem pedir atenção mas a qualquer hora da noite resolve desatar a morder-me a cara e não há quem o convença do contrário. Ou seja, não ando a dormir muito bem. Ah, e já pesa um quilo.
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20 de Novembro, quarta
Depois de passar o dia a trabalhar numa maquete de que até gosto mas que não vou usar porque acho que não está bem adaptada ao objectivo, o highlight do dia foi montar a árvore de Natal.
Resolvi-me finalmente. Já estava na altura e, como precisava de tirar as prendas da sala, assim tenho uma zona bem deliniada onde as colocar.
Também dei mais uns retoque na casa - coloquei o tapete de arraiolos no hall. Estava guardado há algum tempo e tem mesmo o tamanho certo para ali.
À noite fiz algum exercício - passadeira, pesos, etc. Nada muito pesado. O importante é mexer-me mais do que o costumeiro nothing at all.
A passadeira é porreira. Acaba por funcionar. E vou deixá-la na sala para não ter desculpa - assim em vez de vegetar no sofá posso andar um bocadinho. Alternado com ponto cruz nem é mau.
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21 de Novembro, quinta
Terminei mais uma maquete e ainda ajudei o Pedro com outro trabalho cujo prazo é segunda feira e é necessário fazer uma série de maquetes.

Também fui finalmente aos correios entregar a reclamação. Só espero que façam qualquer coisa para o sacana ficar com medo, pelo menos, porque já nos estão a enviar os replacements e estou mesmo a ver que também não chegam cá.

Fiquei a pensar em quanto nós somos reles como espécie. Se pensarem bem nisso, vêem que a única coisa de que os humanos têm realmente medo é de outros humanos. A forma como uma espécie animal consegue minar-se a si propria e tornar-se o seu próprio inimigo é inacreditável. Há sempre um ser grotesco qualquer a lixar a vida a alguém.

Ao fim do dia mudei a sala. Sim, outra vez. Aquilo ficava feio com a passadeira e queria encontrar uma forma mais simpática de arranjar as coisas. Foi uma dor de cabeça e parti uma jarra. Quanto mais coisas enfio ali mais complicado é encontrar uma disposição decente. Mas acho que ficou mais ou menos.

O Pedro passou o dia com tonturas e à noite estava bastante enjoado. Mas resolvemos jantar para ver se ajudava. Temos andado a rever as cassetes do Eddie Izzard e continua a ter piada. Especialmente porque nos esquecemos dos pormenores.
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22 de Novembro, sexta
O trabalho que tenho anadado a fazer com o Pedro terminou hoje e ele foi entregá-lo. Entretanto uma das maquetes que fiz recentemente, e de que gosto bastante, foi recusada e o cliente - uma empresa de design - decidiu que vão ser eles a fazer a maquete e eu só faço o html.
Por mim tudo bem mas achei estranho porque nem sequer quiseram falar comigo, a pessoa que efectivamente fez o trabalho, nem quiseram ver uma segunda versão nem coisa nenhuma. Ainda mais estranho por terem dito que não estava de acordo com as versões que enviaram quando até estava bastante dentro do estilo. Enfim. Foi uma situação algo desagradável.
Mas na verdade aquilo que me parece é que eles querem um site em flash e ainda não disseram - mas os exemplos que enviaram são em flash, o que dá sempre para perceber. Vamos ver o que dá...

À noite sentia-me cansada, farta, deprimida e com SPM. Não é uma boa combinação...
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23 de Novembro, sábado
Como me tenho andado a sentir um bocado mal, resolvi render-me a um shopping spree. O Pedro foi-me largar à hora de almoço e buscar-me por volta das cinco e meia, quando eu já estava tão carregada de sacos que não podia com mais uma pena.

Comprei as botas mais confortáveis que alguma vez tive e um casaco, e uma camisola cor de rosa porque só tenho roupa de inverno escura.
Comprei também a prenda de Natal do Pedro, que é sempre uma questão a resolver porque não pode ser num dia em que ele esteja comigo.
Gastei uma enormidade mas valeu a pena. Afinal passo a vida a trabalhar para quê se não me posso divertir de vez em quando?
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24 de Novembro, domingo
Passei o dia em casa, a fazer ponto cruz e a ver televisão, enquanto o Pedro fazia maquetes.
Mais para a tarde fiz uma página de fotos do Jones. Está a crescer tão depressa...
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25 de Novembro, segunda
Tanto eu como o Pedro andamos um bocado desiludidos com a nossa vida. Está na altura de mudar e nunca mais conseguimos ter estabilidade suficiente para o fazer. Resolvemos ir jantar fora, como compensação e também como forma de poder passar um bocado a conversar, o que tem sido praticamente impossível.

Depois do jantar demos uma voltinha a pé e aluguei o The Shipping News, que estive a ver até quase à uma da manhã.
Não achei tanta piada como estava à espera. O Kevin Spacey interpreta um personagem um pouco patético demais e a rivalidade com o outro tipo do jornal não é particularmente interessante. Mas tem umas coisas com piada.
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26 de Novembro, terça
O carteiro veio entregar o replacement da encomenda da Amazon. E perguntou-nos se por acaso 'os tipos das carrinhas' não tinham entregue outra encomenda ontem. Não. E hoje também não. Ou seja, começo a achar que 'os tipos das carrinhas' é que estão a ficar-me com as coisas. Agora, o que é que consigo fazer com esta informação? Esta história está mesmo a irritar-me.

Durante a tarde comecei a fazer uma maquete para um novo concurso. O prazo é sexta feira e entre mim e o Pedro temos de fazer 12 maquetes. O que é mais ou menos impossível. Vamos lá ver o que dá para fazer.

A Augusta, ao sair, informou-me que o Jones estava provavelmente fechado na varanda da sala. Um aviso demasiado tardio. Já tinha tido tempo de comer as plantas e partir a jarra onde estava o bambu.
Fomos então ao Jumbo comprar terra para por o bambu num vaso. O que já andava a pensar fazer porque a planta estava a ficar muito amarela só na água.

Fui também fazer uma coisa que me andava a roer - durante as compras de sábado comprei umas luvas para substituir as que tinha perdido no metro há dois anos. As luvas tinham pelo e eu esqueci-me de verificar a sua constituição. Em vez do costumeiro acrílico era pelo de coelho. Não sou capaz de andar com uma coisa com pelo de coelho. Para mim é a mesma coisa que matar as minhas gatas para fazer luvas. Felizmente não houve problemas e devolvi as luvas trazendo antes um par de meias - ao mesmo tempo mais inofensívo e mais prático. Tenho que começar a olhar melhor para as etiquetas...

Voltei então para casa para por o Bambu no vaso. Entretanto chegou a minha mãe, que trouxe umas revistas e levou as listas de Natal.
Depois ainda fui entregar o filme.
Quando finalmente me consegui sentar e comer qualquer coisa, estive a ver o Time Machine. Podia ser melhor. Os bonecos eram muito falsos.
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27 de Novembro, quarta
Continuo a fazer maquetes. Ou melhor, a cuspir maquetes. Porque a fazer duas ou três por dia não dá sequer para parar para pensar. Não sei sequer se estão a ficar alguma coisa de jeito - que depende sempre a quem se pergunta, de qualquer forma. Normalmente volto a olhar no dia seguinte e corrijo algumas coisas mas nestas duas semanas tem sido quase impossível fazer isso devido à quantidade. E ainda por cima são maquetes para concursos, o que quer dizer que todo este trabalho até pode não servir para nada. Mas vale a pena tentar.

Ao fim do dia fomos a umas lojas de móveis ver finalmente preços de colchões de latex. O que nós queremos custa cerca de 130 contos, que é mais ou menos o que eu estava à espera. Só que agora temos que decidir em relação a marcas - há uma marca portuguesa que não sei se é boa ou má mas entregam numa semana e depois há a Pirelli Bedding, a detentora da patente e a marca que têm os meus pais e tios (clientes satisfeitos) mas que demora quase dois meses a entregar.
O vendedor da loja que representa a Pirelli era insuportável, o que também não ajuda. Não se calava, foi horrível.

Voltei para acabar uma maquete interna. Ficou com tudo no sítio mas ainda vai ter de ser revista.

Às oito da noite parei e estive a jogar freecel para descontrair. Estou a jogar por ordem numérica inversa, começando no 32000 até ao 0 - só passo ao seguinte quando consigo ganhar o jogo. Vou no 31923.
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28 de Novembro, quinta
Mais 3 maquetes feitas hoje.

Chegou o Spider-man - registado, clro, o que acrescenta 5 euro ao preço, mas tem que ser.
O Pedro passou o dia doente e, como não estava capaz de fazer mais nada, vimos uns episódios de Farscape à noite.
Ainda estive a embrulhar umas prendas que estavam para aqui. Quando penso no que ainda falta comprar e no facto de que provavelmente não vou receber tão cedo... fico um pouco perturbada. E ando a pensar em escrever um texto sobre t-shirt e um texto sobre relacionamentos amorosos mas ainda não tive tempo.

Continuo a fazer a minha casinha de ponto cruz. Está quase pronta. Tenho que acabar aquilo para ver se volto a pegar no tapete.
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29 de Novembro, sexta
Acordei constipada. Já tinha sentido uma certa dor de garganta ontem e hoje é definitivo.

À hora de almoço estendi a roupa que deixei a lavar durante a noite e dobrei e arrumei a que tinha para ali a monte há algum tempo. Como não vou estar cá amanhã não quis deixar tudo para domingo.
Especialmente porque não se pode confiar no tempo. Esteve sol a manhã toda e assim que estendia a roupa começou a ficar cinzento. Agora já não há luz nenhuma e vai começar a chover a qualquer altura.
É claro que desde Outubro que desisti de estender roupa fora da janela, mesmo que pareça estar solinho. Se não aprendesse com os erros então era mesmo parvinha.

Tenho andado a ouvir o novo album da Tori chamado Scarlet's Walk. Tem músicas giras mas ela continua a insistir nos arranjos com a comum banda - guitarra, baixo e bateria - que, na minha opinião, não é a solução ideal para as músicas dela. Os arranjos do Boys for Pele, com o cravo e outros instrumentos menos comuns, funcionavam lindamente. Não era preciso vulgarizar.
Para além disso tanto as músicas como a voz dela estão mais 'mello'. Já não têm aquela garra que me atraía. São quase melodramáticas. Algumas melodias são particularmente fáceis, mesmo daquelas para ficar no ouvido, que não têm nada de mínimamente original. Ou seja, parece-me que há aqui um pouco do costumeiro sell-out. Deve ser difícil de resistir, mas é pena.
De qualquer forma, para quem até ouve coisas da Dido ou dos Olive, o disco é perfeitamente audível e até agradável. Simplesmente, nas primeiras audições parece muito igual e depois ficam na cabeça aquelas que não são propriamente as melhores músicas.
A minha técnica é ir eliminando da playlist aquelas que vou conhecendo melhor e continuando a ouvir só as que passaram despercebidas primeiro. Muitas vezes essas são as músicas de que acabo por gostar mais. Aquelas a que nem liguei ao princípio.

Fomos finalmente encomendar o colchão de latex. Tinham ex exposição exactamente o modelo que nós queremos, por isso pude sentar-me. Não dá para ver muita coisa mas pareceu confortável. Espero que não demorem muito tempo a entregar.
Comprei também uma alfmofada. Pensei que só tinham almofadas baixinhas mas afinal tinham uma mais alta, ideal para mim.

E consegui finalmente escrever um dos textos que me andava atravessado há algum tempo. Nada de muito profundo e não cheguei a conclusão nenhuma. São mais questões que respostas mas são questões que me perturbam. Está aqui.

E pronto. Assim se passou outra sexta feira. Amanhã é o aniversário da Marta e vamos almoçar fora. De resto, como homework para o fim de semana, tenho que acabar a lista de prendas de Natal.
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30 de Novembro, sábado
Fomos almoçar fora para celebrar o aniversário da Marta.
Depois passámos a tarde em casa dela e regressámos por volta das seis. O Pedro foi ver futebol e eu fui dobrar meias.

À noite vi o filme Hollow Man. Detestei. Há muito tempo que não apanhava uma seca tão grande.
Tem uma parte tipo aliens, com motion detectors mas em vez de uma carrada de monstros horrorosos estavam a perseguir um tipo lingrinhas que não metia medo a ninguém. Já para não falar nas cenas de matar animais que são absolutamente superfluas, e nas exageradas referências sexuais. Sabemos que é um filme mau quendo é obrigatório ter uma tipa nua sem ser minimamente necessário para a história. É mesmo um daqueles exemplos de um filme em que só estão interessados nos efeitos especias e por isso a história é apenas considerada um empecilho ao showcase técnico.
E aqui estão duas horas da minha vida que nunca mais recupero. O que vale é que às tantas estava mais concentrada no ponto cruz do que no filme.
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