22 de Julho, segunda |
Tive um sonho horrível, carregado de sentimentos de culpa e medos latentes. Definitivamente tenho que por mais um cobertor na cama.
Qual a ligação? Se não durmo tapada com qualquer coisa pesada tenho sonhos horríveis. Sinto-me demasiado desprotegida, pelos visto.
O que basicamente quer dizer que podem estar 40º lá fora e eu ainda durmo de edredon, tapada até às orelhas.
O trabalho começou bem, com alterações a um site que esteve parado algum tempo. Vamos lá ver se fica terminado brevemente. Mais tarde comecei novamente a entrar em stress. Parcialmente tinha razão, parcialmente estava descontrolada e mesmo que me quisesse acalmar não conseguia.
Às seis larguei tudo e fui-me vestir convenientemente. Tive um choque quando peguei numas daquelas calças que já não experimentava há algum tempo e vi que, em vez de estarem justinhas como de costume, estavam largas. E é suposto serem elásticas. Já não se pode confiar nos materiais.
Mas pronto. A dieta termina oficialmente na quinta feira e depois logo se vê.
Saímos às sete e fomos para Lisboa. Ccm trânsito, como sempre. Às oito estávamos a jantar, num restaurante da Av. da Liberdade e às nove chegámos à porta do Coliseu para ir ver o concerto dos Radiohead.
Acho que foi a primeira vez que gostei efectivamente de ir a um concerto. Normalmente gosto da música mas acho que o público se porta particularmente mal. Temos os que insistem fumar numa sala fechada, que é um desrespeito extremo por toda a gente, inclusive os tipos que estão no palco, temos os sofredores da primeira fila - aqueles que estão mesmo lá à frente mas passam o concerto de olhos fechados com a mão a tapar os olhos; depois já tive o azar de ficar ao lado do maníaco dançante, esse espécime convencido que é a única pessoa na sala e insiste em dançar de braços abertos mesmo no meio de uma multidão bastante apertada.
Depois há os sacanas que resolvem por as namoradas aos ombros, sem querem saber quem é que está por trás, os que desatam aos pulos quando já é suficientemente difícil uma pessoa manter-se em pé no meio da confusão da plateia, os gajos que só vão para lá fumar charros e passam o resto do concerto a olhar para o tecto (não percebo porque raio é que não ficam em casa a ouvir o disco. Ia dar ao mesmo). Enfim, a fauna de concerto foi uma coisa que aturei e detestei ao longo de 15 anos. No more!
Desta vez tinha bilhetes para o primeiro camarote, mesmo em cima do palco. Como eramos 5, passei quase o tempo todo de joelhos para os que estavam atrás de mim poderem ver bem, mas valeu a pena. Foi quase como estar no palco.
Imediatamente por baixo de mim estava o tipo que afinava as guitarras entre as músicas e tinha a songlist. A Carla ficou muito feliz quando verificou que iam mesmo tocar o Paranoid Andriod :)
Infelizmente, antes do concerto propriamnete dito, tivemos que aturar um tipo e dois computadores, que é uma espécie de low budget magic trick dos nossos dias. Só que em vez de tirar pombas da manga e ter uma assistente semi nua, mexia nuns botões e fazia uma chinfrineira insuportável. Como o nosso camarote tinha uma coluna (para compensar o facto de estarmos atrás das colunas normais) tivemos que ir lá para fora quando o tipo começou com os apitos e feedback.
As primeiras partes são sempre uma seca. Mas, pela primeira vez, tive opção - sair da li e mandar o tipo passear sem perder o lugar! Decididamente ando muito fina :)
O concerto propriamente dito, que só começou às dez e foi muito giro. O Thom Yorke tem realmente uma voz muito boa. Mas isso eu já previa. Especialmente devido à banda sonora do Velvet Goldmine em que soa tal e qual o Brian Ferry. Para conseguir mudar de voz daquela forma é porque não é o average rock star.
Toda a gente achou que eles pareciam muito novinhos. Tanto quanto sei têm todos mais de 30 mas sinceramente não parece.
Isso deu tema de discussão para o intervalo sobre como parece estranho quando os músicos das bandas que vamos ver em concerto começam a ser mais novos que nós :)
Apresentaram algumas músicas novas na primeira parte, e depois de um intervalo atacaram as músicas mais conhecidas, incidindo principalmente na mistura Kid A/Amnesiac. Tocaram uma das minha preferidas, que é a Pyramid Song. Aliás, gostei bastante das partes com piano. E muitas das músicas novas pareceram ir por esse caminho.
A terceira parte foi uma colecção de músicas mais antigas, e acabou. Penso que tocaram cerca de duas horas mas estivemos lá dentro 4 horas. Por isso pareceu pouco.
A Carla, a quem oferecemos o bilhete porque o pai do Pedro desistiu no último minuto, vai amanhã outra vez :)
Depois disto, demorámos uma hora a chegar à ponte. Para além das duas faixas fechadas por causa das obras, estavam montes de carros avariados no meio da estrada, a piorar mais ainda a situação.
Chegámos a casa por volta das duas e meia. Depois do banho, comemos umas sandes de ovo e vimos os Sopranos.
Estava na cama às 4 da manhã. |
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