24 de Julho, segunda |
Ontem deitei-me relativamente tarde porque andei montes de tempo à procura do relógio - que a Michelle tinha atirado para o chão - mas mesmo assim acordei às cinco e tal da manhã. Como continuo acordada, começo com a sensação que ando é a dormir demais e por isso é que fico cansada tão depressa. Tenho de começar a resistir. A partir de agora só me deito à meia noite. Assim pelo menos pode ser que ainda dê para fazer alguma coisa útil depois de sair do trabalho.
Tenho aqui o impresso para tirar o passe porque estou farta de ter que andar sempre a comprar bilhetes. Se tudo correr bem já compro o passe de Agosto. Também tenho de ir à escola quando sair por isso não chego cedo a casa hoje.
Mas afinal é capaz de não chover porque tirei a roupa da corda antes de sair de casa. Pronto, já sei, estão todos a chamar-me louca, mas desde o princípio do ano que chove cada vez que eu ponho roupa a secar. Está um dia de sol, eu penso, hum, hoje é um bom dia para lavar roupa. Assim que está pendurada a secar começa a chover. Chega a um ponto em que uma pessoa começa a achar que há alguém a divertir-se à grande com isto tudo :)
Faz parte do ser humano ter a sensação que somos o centro do mundo...
Esta zona em que estou a trabalhar tem uma série de casa lindas. Uma delas está plantada exactamente ao lado da linha do metro. Até dá vontade de chorar. Outra, na Alameda, está completamente em ruínas - já só tem as paredes mas dá para ver que era uma maravilha. Eu penso logo em comprar a casa e recuperá-la mas mesmo uma casa inexistente, para estes lados, é mais do que aquilo que eu posso pagar, por isso continuo a sofrer com a visão da casinha coitadinha só e abandonada - literalmente. É criminoso, no mínimo.
Tudo isto tem a ver com os meus planos para a vida perfeita. Eu sempre existi num mundo à parte. As coisas não são como são. São como eu as imagino. Acho que nunca perdi as fantasias de infância em que uma pessoa entra no autocarro e de repente está numa nave espacial a caminho de Neptuno.
A minha intenção sempre foi ir viver para outro país - Suécia, Canadá, Inglaterra, não interessa e mudava de dois em dois anos - o importante era sair daqui. Ir embora, de preferência para um país semi-civilizado. E também não interessa que esse país não seja perfeito porque na minha cabeça é aquilo que eu queria.É claro que com o Pedro na equação as coisas complicam-se. E isso foi ficando em stand-by enquanto resolvia outras áreas da minha vida - um emprego que não deteste, se consigo ou não aprender a tocar piano, se vou conseguir algum dia gravar as minhas músicas, essas coisas. Á medida que vai tudo mais ou menos encaixando no sítio, a história de onde é que eu quero viver volta a aparecer. Neste momento tranferi isso para algo mais realista - ir para Lisboa, de preferência para uma casa antiga. É caro, é quase impossível, mas é um objectivo mais realista. O castelo na escócia fica para a reforma :)
Bom, hoje não me calo e o dia mal começou...
Sempre choveu, o que só prova que afinal não sou o centro do mundo - já desconfiava, mas nunca se sabe. (Na verdade, a chuva já estava programada desde o momento em que eu carreguei no botão da máquina de lavar mas a minha astúcia foi superior. Enfim, sou triste, eu sei.)
Voltei a fazer alterações na capa do CD pela centésima vez mas de resto foi um dia calmo.
Consegui entregar o papel para tirar o cartão do passe a ver se deixo de me chatear e fui à escola também entregar uns papéis. Era suposto entrar de férias na quinta feira. Na McCann também vai toda a gente de férias no fim desta semana e eu fico. Depois tenho a belíssima sorte de tirar férias em Novembro, o que, aliás, dá imenso jeito. Oh well...
Hoje é dia de X-Files. Mais uma tortura. O que vale é que dá um filme no Telecine que dá para ir vendo enquanto se espera. |
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